Estéticas da Morte #cinquenta e dois
Tu também vives – grande desta cidade, efialta da mulher – no vazio do teu nome e chegas cansado de uma rua à outra, como se a limpidez da geografia fosse supérflua: ecuménica, monótona. Outrora eras o gado trémulo, precipitado, mas a vida é uma redoma incerta – vileza ou desfeita de Deus – e há-de entender-se o cadafalso. Retoma a parénese, o ardor moral do condenado – tu vives ainda, o leão desenha as sílabas na cegueira prometida. Bebe deste sôfrego bocejo a suspeita de toda a desproporção. A sementeira do mal (mimetizas a planta) incandesce na monstruosidade lábil da derrota, revela-te imundo ao carrasco. O homem é o que dele faz este machado.
(1)(2)(3)(4)(5)(6)(7)(8)(9)(10)(11)(12)(13)(14)(15)(16)(17)(18)(19)(20)(21)(22)(23)(24)(25)(26)(27)(28)(29)(30)(31)(32)(33)(34)(35)(36)(37)(38)(39)(40)(41)(42)(43)(44)(45)(46)(47)(48)(49)(50)(51)
Etiquetas: Estéticas da morte
<< Home