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27.5.06

Estéticas da morte #dois

Há uma espécie de alegria ingénua, ao princípio. O corpo parece não perder a luta com o tempo.
Com tantas horas descontadas ao porvir, as mãos começam a acariciar ruínas em vez de faces. Noto as excrescências da pele, os pêlos fora do lugar, onde antes não existiam, a descoloração dos outros pêlos, mais antigos, uma dor assídua e morna.
Uma redoma inamovível, um féretro que saqueia a dignidade. O tempo, estes restos que me restam.

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