Estéticas da morte #dez
Abro os olhos. Um grito sucinto naufraga na escuridão. Apesar da noite e do lençol de linho, apercebo um vulto marmóreo sobre o meu corpo: aelo ou miguel. Ou ambos, confundidos na surpresa dos meus olhos. Na minha boca aflora um esgar, um sorriso truncado, imperfeito, desfigurado perante a vileza - a desfaçatez, a redundância - de julgar agora a minha falta de conhecimento dos mitos e das suas personagens. Nada disso interessa, agora. Estou morto, os mitos vão chegar a mim como se fossem a realidade.
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