Estéticas da Morte #quarenta e nove
As raízes já crescem nos teus olhos. À mesa, no teu lugar, uma velha fotografia que te tirei em Q..., amarelecida pela sucessão entediada dos verões e pelos olhares piedosos das tias. Já me disseram que a fotografia não te faz justiça, e não faz. Uma reprodução silenciosa de uma rapariga risonha e despreocupada - até bonita - não apaga o mal que fizeste a tanta gente, a dor que me causaste, sobretudo. Ainda bem que morreste cedo, cheia de viço e saúde. Uma bala, mesmo desajeitada, costuma ser mais forte que uma excelente pele.
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