Estéticas da Morte #quarenta e sete
Desde o início da guerra, sobretudo após a rebelião do Outono de 1793, que muitos médicos e cirurgiões se haviam juntado ao bom exército da República. De entre esses magníficos homens, destacou-se Jean de Saint-Éloi, um dos mais respeitados, e perigosos, charlatães da pátria, e de resto um péssimo clínico. Os homens, os belos rapagões de Arzal, Nantes ou Mauriac, temiam-no mais que ao «Brown Bess» - mas, e ninguém me convence do contrário, não era caso para tanto: o mosquete inglês é, apesar de tudo, uma arma falível, e os soldados que o manejavam, les pauvres, uns desgraçados bêbedos de vista grossa. É claro que eu conheço os números, e de cor, como compete a um distinto membro do «Comité de Salut Public», e Saint-Éloi era capaz de deixar morrer até um soldado com uma unha encravada. Valha-nos, a mim e à França, essa consolação póstuma: o nosso querido cônsul foi derrotado, não pelo sabre de Wellington, mas pelos inábeis bisturis de Jean de Saint-Éloi.
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