<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5676375\x26blogName\x3dD%C3%A6dalus\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://daedalus-pt.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://daedalus-pt.blogspot.com/\x26vt\x3d5394592317983731484', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

4.1.09

Passeio Público

(Um ano igual)

Ainda é cedo. Os balanços de 2008, a serem feitos e inscritos em letra redonda, deverão sê-lo apenas no final do próximo ano. Ou: deita-se já uma pedra sobre o assunto. Afogamos o ano, e as suas mágoas, numa longa cauda de imarcescíveis sorrisos.

Afinal, o que muda durante tão pouco tempo? Nada – ou ainda menos que isso. O desalento alinha-se num anel de fogo, as suas (terríveis) consequências revelam uma sombra impossível na escuridão.

É cedo, ainda. As coisas não tiveram tempo de se modificar; as palavras são, portanto, desnecessárias. Deixemos que o naufrágio seja mais convincente. Nesse momento, as locuções da náusea far-se-ão ouvir, intempestivas e rancorosas.

Caminho por frases envelhecidas, como se fossem as ruas da cidade, e sinto que o fim do ano de 2008 é apenas uma data para cumprir calendário. Coimbra detém-se nas horas, igual ao que foi, revoluteando na hesitação da paralisia.

Tudo o que foi dito antes sobre a cidade pode voltar a ser escrito – nada mudou, os problemas continuam os mesmos. O orçamento para a Cultura, ansioso por seguir as proclividades da moda, adelgaça-se um pouco mais. A cidade universitária (do conhecimento, do saber e da cultura) é, cada vez mais, uma ilusão de papel, enjeitada pelo filistinismo do executivo camarário.
O Metro Ligeiro de Superfície resvala mansamente da ociosidade dos projectos para as agruras da realidade. O estádio Finibanco e a Académica/OAF libertam-se da TBZ – mas a que preço? Na Baixa de Coimbra, contesta-se a ecologia da insegurança com videovigilância e pouco policiamento. As necessidades de habitação social crescem excessivamente, seguindo a triste cadência da crise económica. O emprego no sector público cresce, mas apenas para os filhos dos amigos.

O retrato do ano de 2008 não é bonito. Mas, pelo menos em Coimbra, não é muito diferente da imagem que componho, a posteriori, dos anos de 2006 ou de 2007. É possível fazer melhor? Eu julgo que sim, não é complicado. Difícil mesmo é fazer pior do que se tem feito.
(Quarta-feira, 31/12/2008, no Jornal de Notícias)

Etiquetas: ,