<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5676375\x26blogName\x3dD%C3%A6dalus\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://daedalus-pt.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://daedalus-pt.blogspot.com/\x26vt\x3d5394592317983731484', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

8.4.07

Estéticas da morte #vinte

Sandro Micael concebeu o Gólgota num monte abandonado, propriedade dos Oliveiras [esquecida família que nos idos de 1960 havia emigrado para Paris de França]. Agora, o monte era apenas um deserto de silvas, tijoleira e sardaniscas, arredado das últimas casas frequentadas por gente de duas pernas. Sandro crucificou o Chichas, um dos gatos da família, eram exactamente 12 horas. O dia: sexta-feira santa [sabia-o porque de manhã o pai tinha ido buscar as redes ao remansoso Guadiana. E isso queria dizer apenas e só uma coisa: o almoço ia ser caldeirada de peixe do rio, o prato costumado da peculiar sexta-feira em que os homens mataram pela primeira vez um deus]. Às 15 horas, o pequeno centurião trespassou o Chichas com uma faca de cozinha. O gato, que estava vivo ainda há um minuto, deixou de o estar. Vivo, entenda-se. Sandro rapidamente se transfigurou: uma mulher no meio das mulheres que amortalharam o corpo do crucificado. Depositou o cadáver num buraco esquecido pelas silvas e esperou. Três dias, Domingo de manhã. O gato, o Chichas, continuava morto. Cheirava a gato morto, até. Cheio de formigas e outras bichezas. Estava tudo enganado: a mãe, a Joana [catequista, a estudar para professora em Évora], o senhor Padre Joel e o livro sobre os Egípcios que dizia, a páginas tantas, que os gatos eram deuses. Aquele não, aquele cheirava mal e agora só se mexia quando Sandro Micael lhe apontava um pontapé fortuito, assim a modos que para esconjurar a experiência falhada ou, quem sabe, para afastar as malditas formigas.

Etiquetas: ,