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31.3.04

Afloat (como se fora Melville)

O Cork deslizava peremptório sobre as águas encrespadas junto ao Cabo Horn, recidivo na vontade indómita de superar aquele promontório desmedido, não-lugar onde o Pacífico e o Atlântico se acariciam voluptuosamente e onde as sereias atraem os marinheiros ao desespero, não poucas vezes para a morte. Thomas Long, o capitão do baleeiro, pressentira-a quando, três dias antes, avistara aquele desconforme grupo de baleias-francas. Não era como Ahab, patologicamente obstinado, mas tinha que fazer o seu trabalho, não mais que suprir o Cork de cetáceos e levá-los de volta a Nantucket. Olhou mais uma vez o cronómetro mas, desta vez, não registou a longitude no diário de bordo. Long sabia bem que o que escrevera durante seis anos ao comando do pequeno baleeiro nunca seria recuperado do fundo do mar. Gritou aos arpoeiros e estes iniciaram a metódica chacina.

They won’t fight back, he thought one last time. He was wrong.

Realidade

Talvez não exista, o real. Apenas interpretações duvidosas que tomamos como realidade.

30.3.04

A sede e o belo

No último Sábado rumei a Cabeceiras de Basto [distrito de Braga] com o intuito afectivo de comparecer ao jantar de aniversário de uma querida amiga. Tendo arribado tarde ao restaurante, a primeira acção que tomei, depois de cumprimentar os presentes e a dita amiga, foi solicitar um fino que me proporcionasse uma limpeza profunda à garganta, inevitavelmente prenhe de poeiras que por lá se conglutinaram durante a extensa jornada através do setentrião luso. O empregado, com um sotaque impecavelmente minhoto, retorquiu que finos não haviam, só cerveja. Sorri. Traga lá a cerveja, disse-lhe. Enquanto a Sagres vinha pensei, enlevado e antecipando o consolo frescal, o mundo é lindo!

p.s. Parabéns Mana!

29.3.04

Topografia interior

O dia amanheceu, como sempre, vermelho. Bombeado a dois tempos pelo motor a gasóleo, que muitos dizem pitróil, gásol, ou mesmo diesel. O amanhecer encarnado que corre a satisfazer o cinzento em viagens memorizadas desde sempre. Sempre. Até que um dia, o fim.

27.3.04

Who is who?


26.3.04

Despedaçar as regras [Diário de um revolucionário light]

Ontem fui ao Bar do Botânico tomar o lanchezinho das cinco e meia. Transgressão excepcional se atendermos à minha obstinação diária em oficiar o parco repasto no mais popular BM [Bar das Matemáticas]. No entanto, as opiniões convergiram para o primeiro Bar, mais selecto [porque não uma etnografia dos Bares?], garante de vistas magníficas para o Jardim Botânico, e, há que dizê-lo com frontalidade, paragem onde se prepara a melhor meia de leite do distrito de Coimbra. Nas paredes desadornadas do Bar sobressai um papelucho onde se lê a mítica advertência: “Pagamento no acto da entrega”. Porra, já que o dia era para transgressões não anui à indicação e paguei antes de me entregarem o bolo de arroz e a meia de leite.

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25.3.04

Corpo ausente 3 [e último]

Na manhã diáfana ainda fui a tempo de te sentir. Pressenti o cheiro doce da terra enlameada e saboreei os teus lábios. Um dia mais sob aquela chuva reflectida nos teus olhos. Gostava que estivesses aqui.

Pequena súmula para acautelar o esquecimento de alguns

Até ler A Casa Dourada de Samarcanda de Hugo Pratt, há alguns anos atrás, que me introduziu à história do general turco Enver Paxá e do batalhão arménio bolchevique às mãos do qual aquele pereceu, perseverei insciente relativamente à “questão arménia”. Ao falarmos de genocídio [o extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico, racial ou religioso] a maioria das pessoas associa o vocábulo ao destino cruel de seis milhões de Judeus durante a II GM e aos massacres perpetrados no Ruanda. Sobeja, não obstante, o extermínio por parte dos turcos de cerca de 2 milhões de arménios, iniciado entre 1894-96 [600.000 mortos devido ao incumprimento do Tratado de Berlim pelo governo turco] e que teve o seu sangrento culminar entre 1916 e 1918 [1.500.000 mortos às mãos do governo dos Jovens Turcos]. O monte Ararat, inacessível do outro lado da fronteira [na Turquia], simboliza o espectro da perda que constitui um dos pilares capitais da identidade arménia. Simboliza uma nação por concretizar.

[Saiba mais sobre o genocídio arménio aqui]

By 1923 the entire landmass of Asia Minor and historic West Armenia had been expunged of its Armenian population. The destruction of the Armenian communities in this part of the world was total.

24.3.04

Corpo ausente 2

Senti o vento na face e eras tu. Olhei. Procurei-te ainda nas páginas de um jornal esquecido debaixo da cama. Lá, onde a ausência do teu corpo dói mais.

Cabeleiras revolucionárias

Desde a Revolução bolchevique que a Rússia vem sendo gerida pela testosterona. Pelas cúpulas do poder transitaram Lenine (calvo), Estaline (cabeludo), Khruchtchev (calvo), Brezhnev (cabeludo), Andropov (calvo), Chernenko (cabeludo), Gorbachev (calvo), Ieltsin (cabeludo) e, finalmente, Putin, indubitavelmente ralo de pêlo craniano. De acordo com alguns cientistas, este ciclo tricológico diferencia aqueles que foram reformadores (os calvos) dos que foram reaccionários (os cabeludos). Ao mirar o ornamento capilar de Paulo Portas e Pedro Santana Lopes não posso deixar de me rir com as estultas ideias que perpassam sob as cabeleiras de alguns cientistas.

23.3.04

Olho por olho

As repercussões ao assassinato do Sheik Yassin já se fazem sentir um pouco por todo o mundo árabe na forma de ameaças de morte a Israel, EUA e, de uma maneira geral, a todos os países ocidentais. Nada de novo, portanto. O medo vai começar a recrutar fundamentalistas em ambos os lados.

22.3.04

O Sheik do Apocalipse foi assassinado

O corpo frágil e insignificante de Ahmed Yassin, aprisionado desde os 12 anos numa cadeira de rodas [uma bomba que construía para, provavelmente, assassinar inocentes israelitas, explodiu-lhe nas mãos], contrastava com a sua proclividade ideológica radical, eivada de ódio a todos os judeus e “cruzados”, e que o orientava na construção da missão espiritual do Hamas [o zelo]: assassínio de inocentes israelitas, valorização dos ataques suicidas mesmo quando empreitados por crianças e mulheres, fuzilamento e apedrejamento de Palestinianos, especialmente mulheres e homossexuais, et coetera. De facto, o tetraplégico de barbas longas era tudo menos uma boa rês.
Apesar deste breviário do horror encenado moralmente pelo Sheik, eu repudio o seu assassinato, mesmo sabendo que foi motivado por razões políticas. Não sou, e espero nunca vir a ser, prosélito da máxima de Talião. Para além disso, porquê matar um homem em clara decadência física, que pouco mais iria viver, e, dessa maneira, transformá-lo num mártir? Agora que desapareceu fisicamente continuará a ser uma ideia poderosa ao dispor dos radicais do Hamas e das Brigadas dos Mártires da Al-aksa.

21.3.04

Segunda-Feira

Contemplei uma derradeira vez o areal. Àquela distância o grito de horror da multidão soara a melopeia com que uma mãe desvelada embala o filho que dorme. Os dois homens, silhuetas longínquas, pouco mais que lémures ao entardecer, debatiam-se na forca armada junto ao rio tornado escasso pela canícula. Já nem sabia qual dos dois era o assassino, o condenado ou o carrasco. Quando aquele morresse, talvez ambos. A brisa soprou um pouco mais forte, pressagiando a trovoada. Nos canaviais lá em baixo a garotada brincava inocente.

A última execução na cidade de Coimbra teve lugar nos areais de Santa Clara no dia 29 de Julho de 1839. O condenado à morte, José da Costa Casimiro, matara um amigo para o roubar, no lugar de Almuinhas. O verdugo veio do Porto e era o último de uma extensa linhagem de carrascos.

20.3.04

Humans ´r us

Tinham acabado de lhe dizer que a humanidade era, toda ela, progénie de um hominídeo bípede que se acoitara no Corno de África com ânsia de expansão para o sobejo do mundo. Relutante, por ora ainda atordoado com tão ignóbil recado da ciência, pegou delicadamente no Livro da Verdade e leu com vagar as páginas preambulares, com receio de que tivesse, no seu íntimo pensamento, trocado ou esquecido as palavras que aprendera desde pequeno a bem-querer. Não, não havia fundamento para a sua inquietude, os termos vocabulares que se agrupavam formando frases, das mais belas que já lera, ainda eram os mesmos: “O Senhor Deus formou o homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida, e o homem transformou-se num ser vivo.” Correu para o professor e de um fôlego separou-se das águas racionais que aquele exigia aos alunos que desejavam a aprovação na cadeira: “Vocês evoluíram mas nós, nós fomos criados”. Acabara de oblatar uma nova espécie ao mundo.

19.3.04

Eu se pudesse viajava no tempo


Catão roubado ao Roma Antiga

O passado é um país distante, afirmou L. P. Hartley em The Go-between, frase que interpreto como metáfora da viagem exótica e antropológica ao encontro do Outro, não só no espaço mas também no tempo. Talvez o salto seja possível com a ajuda preciosa de agendas pedagógicas como Respublica e Roma Antiga.

Y

A laracha ocorreu-me, nada por acaso, durante a conferência do geneticista Steve Jones [na sequência do lançamento da tradução portuguesa, pela Gradiva, do seu mais recente ensaio, Y, A descendência do homem] a que tive a oportunidade de assistir ontem no Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra. O mote do chiste é dado por A, que encontrando um amigo de longa data, B, o questiona se ele prefere a cópula ou a masturbação. B, depois de reflectir um pouco, responde que prefere a cópula. Perante uma nova pergunta, Porquê?, replica que elege a cópula porque tem companhia. Afinal nem todos os homens, depois de obterem a satisfação orgásmica, se viram para o outro lado da cama e adormecem. Alguns até gostam de conversar um pouco. Alguns conseguem resistir aos ímpetos opressivos desse pequeno ditador que dá pelo nome de cromossoma Y.

“O cromossoma exclusivo dos homens é uma metáfora microscópica dos seus portadores, pois trata-se do cromossoma mais decadente, redundante e parasítico de todo o conjunto”
Steve Jones

18.3.04

Enquanto leio Stendhal

Quando lhe deste um beijo cobriram-se os céus de vermelho. Porque é que os lábios desejados são sempre dessa cor e alguém os compara a uma pétala de rosa? Quando lhe roubaste um beijo esqueci-me que um dia também quis beijar alguém assim. Momentos distantes que já não posso assegurar sem óculos de ver o que não existe.

Presidenciais americanas 2004

Um blog, no Público, com as últimas novidades sobre a campanha para as eleições presidenciais dos E.U.A. Informação a rodos para aqueles que, como eu, estão a torcer pela vitória de John Kerry - ou, digamos, pela derrota do Bush filhote.

17.3.04

Las Meninas [Joel Peter-Witkin]




Todos os momentos requerem uma decisão moral. Mesmo durante a reinvenção de um ícone.

16.3.04

Desesperança

Regresso temporariamente aos noticiários da noite. Antecipo rostos conhecidos e palavras que ouvi um dia: “Sou espírito que estorva sempre. E com razão, pois tudo quanto nasceu merece ser aniquilado.” Poderia ser Mefistófeles arrazoando com Fausto ou o porta-voz de um conhecido grupo de assassinos, meneando-se na fita duma cassete entregue numa estação de televisão com um nome parecido com o da minha avó Alzira. Estou cansado e sei que o sono ainda tarda.

O corpo ausente

O amor flui anelando a perfeição de um corpo ausente, que nunca é tão sublime como aquele que dorme a teu lado. Porque se o corpo que almejas existe é porque não é perfeito.

15.3.04

Como eu vi “The Passion of the Christ”



O olhar pessoal de Mel Gibson sobre a Paixão de Jesus Cristo pode vir a ser rememorado no futuro unicamente pela extrema violência, com mantença quase pornográfica e constante de grande parte do filme, e pela controvérsia que suscitou em redor do seu alegado anti-semitismo. A inquietude que provocaria no espectador médio o martírio de um Homem inocente é, quase sempre, substituída por pormenores escabrosos e sádicos de violência, se não gratuita pelo menos barata. Aí penso que Mel Gibson cometeu um erro teológico, pois, ao incidir as câmaras no sofrimento extremo do Galileu, atraiçoou-O, como tão bem notou Frei Bento Domingues; já que Jesus passou todo o tempo da sua vida a chamar a atenção para o sofrimento dos outros. Não obstante, parece-me que, no essencial, “The Passion” não envereda por sendas substancialmente diferentes das registadas nos Evangelhos. Ninguém duvida [eu não, pelo menos] que o Nazareno foi morto, não por vontade de todos os Judeus ou de todos os soldados das legiões romanas de Jerusalém, mas antes devido empenho de um pequeno grupo de Judeus e ao pouco desvelo do governador romano Pôncio Pilatos. E, sobretudo, o Nazareno feneceu no madeiro por desígnio de Deus, para nos remir, humanidade, do pecado. Esta é a promessa do Messias. E se durante o filme os espectadores do filme ficam revoltados com o sofrimento daquele inocente, tal fúria propende, não para todos os Judeus e toda a soldadesca do Lácio, mas para aqueles senhores que, durante o filme, se empenham em matar e torturar Jesus. As pessoas não são estúpidas. Quem é fanático não precisa de retirar argumentos falaciosos deste filme para alimentar o seu ódio.

p.s. Aquilino Ribeiro chamou-lhe, n’A Casa Grande de Romarigães, a “Roma portuguesa”, aludindo à sua qualidade de cidade eclesiástica e arcebispado primaz do país. Foi, pois, em Braga que vi o “Evangelho segundo Mel Gibson”.

A propósito do choque de civilizações

O JMF do Blasfémias e ainda o Pedro Sá do Descrédito! discorrem em redor do possível “choque de civilizações” que tem as suas faces mais visíveis nos atentados levados a cabo por grupos fundamentalistas islâmicos contra países Ocidentais e nas guerras maculadas que Israel e EUA consumam na Palestina e Iraque. Aquiesço quando referem que o programa de trupes criminosas como a Alqaeda tem como intuito a aniquilação total dos valores pelos quais se regem as sociedades democráticas. Contudo, não me parece que haja um “choque de civilizações”, porquanto estamos a falar de marginalidades fundamentalistas, e não de sectores maioritários das sociedades ocidentais e islâmicas. Á primeira vista, as epistemologias ocidentais diferem claramente das correspondentes islâmicas, designadamente ao nível das liberdades fundamentais e dos direitos das mulheres, supondo uma incomensurabilidade destes sistemas culturais que os aparta radicalmente. Todavia, considero que, na realidade, tal apartamento é ilusório, fazendo parte tão-somente das ideologias fundamentalistas cristãs e islâmicas. A convivência normal e assertiva entre comunidades islâmicas, cristãs, judias ou hindus é um facto facilmente comprovável em variegadas partes do mundo e em diversos tempos históricos. Eu chamaria portanto à guerra que se trava, não um “choque de civilizações” mas um “choque de fundamentalismos”.

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14.3.04

It’s the end of the world as we know it

Os atentados de Atocha, como os de Nova Iorque, Bali e outros, não esgotam o seu móbil político no empreendimento de destruir o Grande Satã americano, nem são somente uma réplica à política externa agressiva praticada pelo filhote Bush e os seus acólitos europeus. Infelizmente, parece-me que o objectivo final de grupelhos terroristas como a Alqaeda é bem mais pernicioso e terrível: a supressão do modo de vida das sociedades democráticas, o fim do mundo tal como o conhecemos. Os americanos podem refugiar-se mais uma vez no isolacionismo, podem deixar de interferir no dilema israelo-árabe, podem incrementar a ajuda humanitária, mas se não prescindirem de alguns dos ícones da cultura democrática, como a liberdade, terão sempre os fanáticos, seja de que religião for, à espera de colocar uma bomba pronta a ceifar a vida de inocentes. Em nome de mil mentiras.

13.3.04

In memoriam

Abad Quijada, Eva Belén
Abril Alegre, Oscar
Aguado Rojano, Florencio
Alonso Rodríguez, Juan Alberto
Alvarez González, María Josefa
Aparicio Somolinos, María Nuria
Arenas Barroso, Alberto
Astocondor Masgo, Neil Hebe
Avila Jiménez, Ana Isabel
Badajoz Cano, Miguel Angel
Ballesteros Ibarra, Susana
Barahona Imedio, Javier
Barajas Diaz, Gonzalo
Bedoya Gloria, Inés
Benito Samaniego, Rodolfo
Bogdan, Livia
Brasero Murga, Florencio
Bryk Alina, María
Cabrejas Burillo, María Pilar
Cabrero Pérez, Rodrigo
Cano Martínez, Alicia
Carrillero Baeza, José María
Carrion Franco, Alvaro
Casas Torresano, Francisco Javier
Castillo Muñoz, Cipriano
Castillo Sevillano, María Inmaculada
Centenera Montalvo, Sara
Cisneros Villacis, Oswaldo Manuel
de Benito Caboblanco, Esteban Martin
de las Heras Correa, Sergio
de Luna Ocaña, Miguel
de Miguel Jiménez, Alvaro
del Amo, María Fernanda
del Amo Aguado, Juan Carlos
del Río Menéndez, Marta
del Río Menéndez, Nuria
Díez Hernández, Beatriz
Djoco, Sam
Duran Santiago, María Dolores
el Amrati, Osama
Encinas Soriano, Sara
Fernandez Avila, Carlos Marino
Ferrer Reymado, Rex
Figueroa Bravo, Héctor Manuel
Gallardo Olmo, José
Gallego Triguero, José Raúl
Gamiz Torres, María Pilar
García Alfageme, Abel
García Arnáiz, Juan Luis
García Fernández, Beatriz
García García-Moniño, María de las Nieves
García González, Enrique
García Sánchez, José
Garrote Plaza, Javier
Gil Pérez ana isabel
Gomez Gudiña, Oscar
González Gago, Félix
González García, Angelica
González Grande, Teresa
González Roque, Elías
Gracia García, Juan Miguel
Gutiérrez García, Berta María
Hermida Martin, Pedro
Iglesias López, Alejandra
Izquierdo Asanza, Pablo
Jaro Narrillos, Ma.Teresa
Laforga Bajón, Laura Isabel
Leon Moyano, María Victoria
Lominchar Alonso, María del Carmen
López Menchero Moraga, José María
López Ramos, Ma. Cristina
Mancebo Zaforas, Fco. Javier
Marin Chiva, Vicente
Marin Mora, Antonio
Martin Pacheco, Luis Andrés
Martin Rejas, María Pilar
Martinez Rodríguez, Carmen Mónica
Melguizo Martínez, Mirian
Mengibar Jiménez, Javier
Michell Rodríguez, Michael
Mopocita Mopocita, Segundo Víctor
Mora Donoso, Encarnación
Mora Valero, Ma. Teresa
Moreno Isarch, José Ramón
Moreno Santiago, Eugenio
Moris Crespo, Juan Pablo
Muñoz Lara, Juan
Narváez de la Rosa, Francisco José
Nogales Guerrero, Ismael
Novellon Martinez, Inés
Orgaz Orgaz, Miguel Angel
Pastor Pérez, Juan Francisco
Pedraza Pino, Josefa
Pedraza Rivero, Mirian
Pinel Alonso, Felipe
Plasencia Hernández, Martha Scarlett
Polo Remartinez, María Luisa
Prieto Humanes, Miguel Angel
Quesada Bueno, Francisco Antonio
Ramirez Bedoya, John Jairo
Ramos Lozano, Laura
Rodríguez Casanova, Jorge
Rodríguez Castell, Luis
Rodríguez Sánchez, Francisco Javier
Rogado Escribano, Ambrosio
Romero Sánchez, Cristina
Sabalete Sánchez, Antonio
Sánchez López, Sergio
Sánchez Quispe, Juan Antonio
Sánchez-Dehesa, Francés Balbina
Santamaría García, David
Sanz Morales, Juan Carlos
Sanz Pérez, Eduardo
Senent Pallarola, Guillermo
Serrano Lastra, Miguel Antonio
Serrano López, Rafael
Sierra Serón, Federico Miguel
Simón González, Donino
Soler Iniesta, Susana
Soto Arránz, Carlos
Subervielle, Marion Cintia
Szpila Danuta, Teresa
Tenesaca Betancourt, José Luis
Toribio Pascual, Iris
Tortosa García, Carlos
Utrilla Escribano, Jesús
Valderrama López, José Miguel
Valdés Ruiz, Saúl
Viilela Fernández, David
Zamora Gutiérrez, Juan Ramón

12.3.04

Porque a dor também é nossa

No rescaldo macabro do calamitoso atentado de Madrid, o meu olhar e a minha atenção [qual olho de Sauron] estão focalizados nas novas que assomam através das televisões [sem pretensiosismo pseudo-intelectual, limito-me a nutrir-me da SIC N, CNN, TVE e Sky N] ou jornais e, sobretudo, na pletora de opiniões, pensamentos, ideações e desabafos que vão prolificando pelo espaço blogosférico, mar imenso de composições ideologicamente cimentadas ou prenhes de percepções desapaixonadas.

Do que li sobre os atentados de Madrid na blogosfera lusa, relevo a imparcialidade de julgamento, a serenidade e a visão abrangente dos posts de Francisco José Viegas, do Aníbal, do Bruno Martins, da Sara, de Miguel Vale de Almeida e do Rui Curado Silva. Em relação aos Barnabés, destaco, para além da prolificidade impressionante, a consistência ideológica e, sobretudo, o sentido de humanidade que empregam sempre na análise deste funesto evento. A Marta conseguiu, também, um post excelente, onde se mesclaram considerações políticas com uma percepção finamente humana. Gostaria de evocar também as percepções poéticas endereçadas pela Marta, pela Marta, pela Valéria e, mais uma vez, pelo FJV.

Talvez a escrita dos blogues não seja mais que um grão de areia no maquinismo pérfido das quadrilhas terroristas. Mas emperra um pouco a roda dentada. E só por isso vale a pena.

11.3.04

Hoy soy madrileño

Da última vez que liguei o televisor, o jornalista da SIC Notícias, pausadamente e com a voz ligeiramente embargada, dava conta que as mais recentes estimativas [isso mesmo, estimativas] das autoridades espanholas apontavam para 170 mortos e mais de 800 feridos no brutal massacre de Madrid. Neste momento, eu, como tantos, nada posso fazer pelas vítimas, familiares e amigos daquelas; a não ser partilhar a sua dor, condenar os perpetradores de acto tão infâme e esperar que a perfídia de certos grupelhos terroristas seja travada da melhor forma possível [não necessariamente com a guerra].

Eu não acredito que que hajam pessoas que queiram assassinar crianças, jovens estudantes ou operários em nome de uma ideologia, uma religião, uma agenda política. Eu não acredito. Pero que las hay, hay.

A magia alquímica ou a forma de converter o pouco em muito

No princípio era uma promessa de algo que poderia ou não corresponder ao que vi por trás da lente, naquele último instante de hesitação antes do disparo judicioso. Mais tarde, na câmara escura, senti o fascínio ancestral pela obscuridade da gruta lar em concomitância com a mistura e caldeação de poções que tornam algo quimérico, inatingível talvez, num momento fixo no papel.

Talvez o laboratório seja o “parque” dos grandes que querem continuar a ser crianças.

9.3.04

MU-1 : FCP-1

Talvez agora seja mais fácil para eles, com o país todo a apoiá-los, até eu que poucas vezes gostei de os ver ganhar. Hoje é dia de festa, para o F.C. Porto e, sobretudo, para mim. Afinal, apesar de fanático pelo Sporting ainda existe um pequeníssimo recanto no meu coração para noites como a de hoje. Parabéns F.C.P. e prosélitos.

O anjo

O anjo descalço espera-me junto à pequena cama em que sonho sempre. Pensa resgatar-me ao destino e com um sopro de felicidade, abandonar-me à vida. Sinto-o.

8.3.04

Dia Mundial da Mulher: eu não gosto

No decorrer da Guerra de Tróia, o herói Grego Aquiles foi recompensado com a bela concubina Briseis, por Agamemnon, comandante do exército Grego. Mais tarde, Briseis foi tomada de volta por Agamemnon, evento que despertou a ira de Aquiles na fase crepuscular da Ilíada de Homero. Um vaso grego, datado de 450 a. C. e pintado por Makron, mostra Agamemnon a prender Briseis pelo pulso, perpetuando um gesto que se conota simbolicamente com a dominação do homem sobre a mulher.

Hoje é Dia Mundial da Mulher. Este dia não devia existir. Isto é, eu sei que existe por uma boa causa: a procura de uma igualdade ideal e modelar entre os sexos. Mas também sei que só existe porque essa igualdade não foi ainda encontrada e, desse modo, neste Dia Mundial da Mulher reveza-se o vaso pintado por Makron, objectificando-se mais uma vez a dominação do feminino pelo masculino.

7.3.04

Baile com os Casa Vibra, parte 2

Deixáramos o Fernando encostado com a pança ainda escassa ao bar, saboreando moroso o copo de palhete e olhando de longe as raparigas que dançavam. Acometer romanticamente mulheres não era para ele, não foi talhado para tais áfricas. A fuça torpe e o corpanzil desajeitado de troglodita enjeitavam qualquer hipótese de sucesso com o sexo oposto [ou com o mesmo sexo, se fosse dado a tal alternativa], vicissitude a que não era alheio porque tinha espelho em casa e porque até aí bastas vezes o tinham rejeitado. Enquanto pedia mais um copo, chegou-se a ele o Júlio do Casal Carrito e, sem tir-te nem guar-te, iniciou espalhafatosa altercação com o nosso herói. No dia seguinte o Fernando, lavado em lágrimas que era um Mondego no auge do Inverno, contava a história ao Faustino: - Ele deu-me o primeiro murro, deu-me o segundo e ao terceiro… já eu lá não estava. Dizem que fugir parece mal mas dá uma rica saúde ao corpo.

6.3.04

Rn

Um espaço real com mais que 3 dimensões... Não consegues imaginar? Eu também não, mas experimenta as meias de leite do Safari e talvez te aproximes perigosamente desse local abstracto.

p.s. A matemática é linda.
p.p.s. Eu nunca conheci nenhuma miúda chamada matemática.

4.3.04

Baile com os Casa Vibra, parte 1

A lua varonil iluminava difusamente a entrada do barracão quando o atroar fero da Macal cessou de forma intempestiva, seguido de um guincho agudo e longo, sinal axiomático do sempre aplaudido e considerado pião. Os heróis da noite pousaram amantissimamente o sustentáculo mecânico da sua fama no ângulo mais iluminado da zona, junto às bilheteiras do baile e entraram para o improvisado salão de festas. O Fernando achou logo valhacouto no bar, refúgio dos gerifaltes desavindos com a beleza corpórea e mental. Mas o outro, o Faustino, acorreu à sala grande onde decorria o baile, quatro homens e respectivos instrumentos a tocarem cada um para o seu lado, e procurou, estugado, a Elsa Moica. Topou-a sentada junto às velhas de negro, exalando os seus negros juízos, e acercou-se, determinado a pedi-la em namoro. – Bailas comigo Elsa?, - Só danço com rapazes da terra., - E eu por acaso sou de Marte?! Pegou nela com modos de bárbaro, as mãos toscas de alimária a magoarem os pulsos adolescentes da menina, e arrastou-a para o meio da confusão de pares dançantes. No fim da noite ficaram prometidos, ela que o amaria sempre, ele que nunca mais a agarraria daquela bruta feição. Mentiam ambos, inocentes.

3.3.04

JFK

Após a super-vitória na super Terça-Feira nada melhor que dar uma mirada no blog de John F. Kerry.

2.3.04

Where is my mind

Depois da indignação que senti ao saber o preço praticado em troca de um mísero dia de concertos no Rock in Rio (53 €, talvez para estimular uma espécie de apartheid musical), o gáudio lateja nas minhas veias ao notar que Black Francis, Joey Santiago, Kim Deal e David Lovering olvidaram quezílias antigas e amanharam o renascimento dos míticos Pixies. Mesmo que este retorno se deva a uma mera gulodice monetária [na qual eu pessoalmente no credo] por parte dos 4 gringos, tal não os exime de uma postura que seja digna do grandioso passado da banda. And now, meninos e meninas, é pegar no leitor de cd’s, k7’s ou meios de som afins, volume no máximo and just “sail away on a wave of mutilation”.

"They're talking, they're rehearsing, and they're going to perform together for the first time in more than a decade. The Pixies, acclaimed as the most influential pioneer of the late '80s alt/rock movement, and who effectively blazed the path for groups like Nirvana, Radiohead and Pearl Jam to rise to superstardom, have officially confirmed their much-anticipated reunion." (Clique aqui para ler o resto da notícia)



Notas de nada

O afago meigo do vento na minha face atrida cala as memórias melífluas de uma noite distante. Não sei o que se passou, talvez nada. Alguns erros foram cometidos, eu sei, que não sou nenhum génio mas adoro ler nas entrelinhas. O vento acorda a minha tristeza, gentilmente, em suspiros breves e olorosos. Saio do carro e tenho quase a certeza que nada vai ser como dantes.

1.3.04

O astro depois da noite

O declir da noite ainda está apartado deste meridiano, ainda há pouco se ouvia o trinado do rouxinol junto às roseiras do jardim. E, no entanto, irei de encontro a Morpheu, amigo de longa data e de longos conciliábulos nocturnos, irresistivelmente convicto do retorno do astro refulgente às primeiras horas diluculares. Pois se é ele a sua razão de existir, de ser. É uma promessa de imortalidade, prenúncio de uma redenção pactuada. A âncora que me atém à vida. Eu sei, a manhã volta sempre, disse o poeta.