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20.4.11

Campo pequeno

«There's nothing like a little violence to tone up the system.
(J.G. Ballard, Super Cannes, p. 171).

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16.4.11

Passeio Público

(Tempos interessantes)

Aproximam-se tempos interessantes – e nem sequer me refiro ao reinado façanhudo do FMI. Coimbra é demasiado grande para que as minudências do défice lhe melindrem os ventos pujantes da história. O que acontece (ou melhor: o que parece que vai acontecer) é simples: daqui a uns meses irão coabitar na cidade duas realidades “morais” aparentemente opostas; por um lado, vão iniciar-se em Setembro as operações de mudança de sexo nos Hospitais da Universidade (HUC), por outro, o próximo bispo de Coimbra deverá ser o vigário regional em Portugal da Prelatura pessoal da Opus Dei, o padre/engenheiro José Rafael Espírito Santo.

Um ponto prévio: com o parágrafo anterior não pretendo sugerir que a Opus Dei é contra as operações de mudança de sexo. Isso equivaleria a levantar uma lebre que não desejo seguir. A Obra não é conhecida pelo liberalismo dos costumes mas parece-me que, quando se pensa e raciocina plenamente a partir do Evangelho, quando se está em relação jurídica com Deus, a única via é a do amor, ou pelo menos a do respeito. Respeita o outro como a ti mesmo: eis um mandamento interessante, e tão pouco considerado. Não é uma rendição da fé, mas sim um reconhecimento da ortodoxia: a de que o Outro deve ser amado e respeitado.

Chesterton achava que as rosas eram vermelhas por opção: por opção divina. É, portanto, lícito pensarmos, seguindo o escritor (cristão), que também as pessoas são como são por opção divina (que me perdoem os darwinistas pela sugestão criacionista). Gordas ou magras, estudantes ou futricas, assim ou assado. Não interessa. São igualmente respeitáveis. Por isso é tão importante a existência de uma unidade de cirurgia reconstrutiva genito-urinária e sexual nos HUC. Para que o respeito possa começar em casa, no nosso corpo para o mundo.

(Ontem, 15/04, no Jornal de Notícias)

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8.4.11

Our big crisis

2.4.11

Passeio Público

(Mea culpa)

É fácil julgar o passado com a vantagem do tempo. E, por vezes, é injusto. No entanto, a atribuição do doutoramento “honoris causa” ao ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra parece ser um bom momento para ajustar contas com o passado do galardão – sem ressentimentos ou desejos espúrios de desforra. O pretérito deslustroso consubstancia-se num nome: Francisco Franco Bahamonde.

Os agraciados com o doutoramento “honoris causa” pela Universidade de Coimbra são muitos, representando várias sensibilidades culturais, religiosas e políticas. Mas nenhum nome na lista de galardoados me causa tanta repulsa como o do caudilho espanhol. Os crimes que Franco cometeu (ou que foram directamente inspirados por ele e pela sua ideologia) foram tantos que nem vale a pena tentar enumerá-los – para uma noção grosseira indaguem-se porventura os livros de história e a wikipédia. Basta referir, como exemplo, que o ditador espanhol mandou executar mil vezes mais pessoas que Benito Mussolini, indubitavelmente um crápula da pior espécie.

O reconhecimento – em ritmo de mea culpa – de que existem nomes “errados” na lista de doutoramentos “honoris causa” pela Universidade de Coimbra não implica uma rasura a posteriori desses nomes; não se deseja a censura indigna de quem mutila as palavras de autores mortos, ou reescreve os seus parágrafos em norma puritana, como se algumas expressões fossem pénis minúsculos de estátuas imperiais.

A desmesura desse tipo de consciência implica, porém, uma reflexão cuidada, um apego maior aos valores humanísticos, éticos e morais de uma determinada personagem – sem exaltações ideológicas. Ao Carbónico sucederá sempre um Pérmico de valores diferentes, um tempo de escrutínio do que passou. Lula da Silva obscurece, pois, Francisco Franco – não porque é um homem de esquerda, mas porque é um Homem.

(Ontem, 01/04 no Jornal de Notícias)

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