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29.8.04

Ele resolve


O visionário José Mourinho um dia chamou-lhe "enganador", agastado com as fissuras que o moleque abria na defesa portista no infâme jogo da "camisola rasgada". Ontem, Liedson - é dele que falo - fundamentou a acusação de Mourinho, enganando por várias vezes toda uma defesa, guarda-redes Paulo Jorge incluído, e demonstrando que o avançado matreiro é o que dá mais alegria ao jogo da bola.

28.8.04

Scientific advising

Não te agarres ao mundo. Assim não perdes o que ele te faz.

27.8.04

Classificações artificiais

No retorno de férias inteirei-me da discussão arrebatada que grassa pelo vácuo electrónico e que gira em volta da questão judaico-palestiniana, com muita troca de acusações e efervescências várias remetidas por corações sinceros mas, por vezes, cegos de amor às ideologias. Não pretendo amontoar mais uns paus secos no lar flamejante da discussão, mas acho que é importante reflectir um pouco sobre o que tento explanar de seguida.
Falo do conceito de raça, plano essencial dos racismos. As classificações dos organismos realizadas por biólogos ou antropólogos – ou seja o que for – são, e isto é importante, arranjos artificiais que intentam impor uma certa ordem à aparente desordenação da natureza. A classificação enquanto conceito teórico remonta a Aristóteles, cuja base lógica classificatória permanece como o manancial da tradição ocidental de classificação. Bernal considerava, não desacertadamente, que a classificação foi talvez a maior, e mais perigosa, contribuição de Aristóteles para a episteme do Ocidente.
A noção de raça humana carece de fundamento biológico. As taxonomias raciais delimitam entidades que não são homogéneas e que não podem ser “cortadas” aleatoriamente e subtraídas aos outros grupos humanos. As diferenças génicas intra-grupos (entre cidadãos nascidos em Portugal, por exemplo) são maiores que as diferenças inter-grupos (entre cidadãos nascidos em Portugal e cidadãos nascidos na Nigéria). Isto quer dizer que a diferenciação genética, base de algum “racismo científico”, é maior em populações locais que entre as denominadas “raças” ou entre as nações. Geneticamente, posso aparentar-me mais com o José Eduardo dos Santos ou o Moqtada al-Sadr que com o Francisco José Viegas ou o Luís Rainha – apesar do meu fenótipo se assemelhar mais ao destes últimos. É, portanto, abusivo invocar a biologia para sustentar preconceitos raciais.
O “racismo científico” escora-se, pois, num idealismo que todavia persiste: a pretensão da biologia em traduzir a realidade natural pelos quadros rígidos e totalmente arbitrários dos sistemas de classificação.

26.8.04

Possibilidades mais que longínquas

Dar um tiro no coração. Existirá forma mais sublime de terminar o amor?

25.8.04

Cheiro

O temor do novato refugia-se num dos bancos traseiros do autocarro velho e malcheiroso, carroça inóspita de vivências em trânsito e alambique experimentado de higienes frustradas. Repouso atrás de um paquistanês – ou talvez indiano, com certeza advogado, denunciado pela fulgente pedra anelar – que lê um daqueles “capas moles” da Penguin, de título ignoto e autor de nome impronunciável. Solidário com os maus ares, o homem cheira mal. Muito mal.
Na gare iluminada, horas depois, procuro um ponto remansoso entre a multidão de passantes. Não vislumbro lugares sentados. Procuro um pouco mais e sou recompensado com uma cadeira aconchegada. Coincidência odorífera: sento-me ao lado do indiano – ou paquistanês – do Penguin. Continua a cheirar mal. Mas agora tem a família com ele: uma esposa jovem e bonita e três filhos – rapazes – que brincam no chão quase imaculado da estação, descansando por vezes para abraçar a mãe ou o pai, à vez, sem favoritismos.
Aspirei o ar cerrado da gare. O mau cheiro dissipou-se na felicidade de um momento como aquele.

24.8.04

Re-memorar


[Eward Hopper, Nighthawks, Oil on canvas, 1942; 84.1 x 152.4 cm Friends of American Art Collection, 1942]

A mui cinzelada Miss Blanche [aka Inês] evoca Hopper, resgatando da solidão do meu regresso a memória icónica de uma nostálgica viagem. O que resta para além da rua deserta?

23.8.04

Regresso





No Inverno os gansos voltam para o Sul. Se olharem o céu carmesim que se despede da tarde, descansando na cadeira lépida da varanda, verão como é belo o seu contorno no horizonte. E, sem saberem como, perceberão que o regresso é inevitável e, sobretudo, ansiado pelos próprios genes.

17.8.04

Che fare?

A questão crucial d' Os Noivos de Manzoni revela-nos a pedra angular do pensamento do turbilhão moderno: a dúvida. Visita-me por vezes, como a todos, de passagem, como um médico, ou demoradamente, como as aves visitam o norte durante o Verão. Escrevo estes últimos textos, célere e distraído [sem saber muito bem o que dizer]: estou de passagem e o descanso é preferível ao ecran de um computador. Não sei se devo escrever enquanto não volto definitivamente às realidades quotidianamente repetidas. Olho as águas escuras e revoltas do mar, do outro lado da janela, protegido do frio e da chuva - hóspedes indesejáveis. Escrevo, escrevo, escrevo. A rotina de teclar para suprimir o som do temporal.

13.8.04

Unusual encounters



Macclesfield Crematorium, Prestbury Road

11.8.04

Brucelose

Acham que alguem me leva a serio quando falo sobre duas freiras velhas que morreram com brucelose (nao morreram de brucelose)? Nao? Eu nao me levo, se querem a verdade.

8.8.04

365 dias

Há um ano soçobrei ao apelo lânguido da moda blogue. A moda é, inerentemente, efémera - não é o caso de uma realização deste género. Um ano é muito tempo e uma pessoa cria afinidades, ilusões e hábitos que, à medida que o tempo passa, são cada vez mais importantes. Obrigado a tod@s aquela[e]s que, uma vez ou outra, ou todos os dias, perdem algum tempo a deletrear os delírios deste vosso amigo - mesmo que desconhecido.

p.s. Por falta de tempo [uma "inoportuna" semana de férias oblige] não poderei agradecer a tod@s os que me enviaram felicitações. A seu tempo, tal desconsideração será devidamente compensada.

7.8.04

At last


Foto de Carlos Barradas

Amanhã, mais ou menos por esta hora, a fuga estará irremediavelmente consumada. Um ano após o primeiro choro deste blog. A mão que escreve estas linhas, cansada e trémula, escreverá pouco, talvez nada, durante uma semana. Não deixará, contudo, de o tentar.

5.8.04

Evanescente


Henry Cartier-Bresson [1908-2004]

"One day Cartier-Bresson received a telephone call from the writer Jorge Luis Borges, who wished to know wether he would be willing to accept a prize for which Borges wanted to nominate him.

The prize was offered by a rich woman who lived in Sicily. It was for artists of all kinds. What distinguished this prize from most others was that it was the previous prize winner who nominated, after two years, the next one. And today Borges wanted to give the prize to Cartier-Bresson. "Why me?" - he asked. "Because I am blind," said Borges, "and I want to give it to you in recognition of your eyes."

Cartier-Bresson felt he could not refuse Borges and so he travelled to Palermo for the award ceremony. There, he was put in a highly reputed old hotel. Its name, or something about it, seemed familiar to him. Finally he found out why. It was the hotel his parents had gone to, on their honeymoon. He was born nine months later. In this same hotel, where he was lodged because his eyes had won a prize, he had been conceived".
Pablo Cabado

Ortografia em contenda

Instigante e justa a polémica que se vai desenvolvendo no Aviz e no Céu sobre Lisboa acerca da língua portuguesa e, particularmente, da ortografia e da leitura - ou não - dos "clássicos" lusos e outros taxados normalmente como literatura menor. A modorra varonil da blogoesfera - mais os posts recidivos sobre o Iraque, Michael Moore, Pedro Santana Lopes e a pré-época do Benfica - é chutada para longe, por breves mas gratos momentos, pelo Francisco e pelo Pedro. A seguir com atenção - mas de longe, que eu nestas coisas da língua sou mais prático que teórico.

4.8.04

Os lobos entre nós

Acautelai: o homem é o lobo do próprio homem.

Dia D-5

O cego de amor não deixa só de ver. Deixa também de ouvir.

3.8.04

Talvez no History Channel


Da vida

A tristeza revela-se, sobretudo, pela impotência face a algo que nos transcende.

2.8.04

Honestidade

Confesso que me causa uma ponta de angústia a proliferação de um tipo de argumentário essencialmente anti-americano, por vezes com laivos anti-semitas – quase sempre contraditório, dependendo do assunto tratado – que vai fazendo escola em diversos blogues deste quintal à beira-mar. Já sabemos qual a opinião de diversos bloggers acerca da intervenção americana no Iraque ou acerca do conflito israelo-árabe: tendenciosa, boçal e coarctada por preconceitos essencialistas que obnubilam a realidade e que tendem a interpretar os factos, inserindo-os simplesmente em ideias preconcebidas. Discordo rigorosamente de determinadas políticas levadas a cabo por americanos e israelitas, no entanto, não posso deixar de estigmatizar os argumentos – muitas vezes etnocêntricos – que levam alguns a condenar o que se passa no Iraque e Palestina e que, no entanto, permanecem ou permaneceram calados sobre a situação em Darfur, na Chechénia, nas Filipinas ou Molucas. Alguns que agora afirmam, despudoradamente, que a culpa do genocídio no Sudão é dos EUA: “O Sudão não tem petróleo…” [Rídiculo!]. O sorteio da vida dispensa, por vezes, a ideologia. Basta que haja honestidade.

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1.8.04

Manias últimas

"Os Cus de Judas", de António Lobo Antunes; "Autópsia de um Mar de Ruínas", de João de Melo; "Jornada de África", de Manuel Alegre; "Os Alferes", de Mário de Carvalho; e "A Costa dos Murmúrios", de Lídia Jorge.

Tudo é um, um é nada, nada é tudo.