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12.3.11

Passeio Público

(Para além da paróquia)

É preciso muito mais que o alinhamento estatístico dos avanços e recuos da demografia, cultura ou economia, em tabelas acessíveis e textos concisos, para que acabe a ignorância atávica do Estado em relação ao país. A criação periódica de um ficheiro minucioso das desgraças lusas não implica uma meditação omnisciente dos mais altos poderes da nação nem permite, por si só, a sua compreensão e eliminação. Ainda assim, afiguram-se óbvios os méritos de uma operação como os “Censos 2011”.

No final deste ano, as informações estatísticas com atraso de uma década serão substituídas por dados novos, por vezes melhores, outras vezes piores, mas seguramente mais congruentes com a “realidade” portuguesa destes dias. Os recenseamentos gerais da população, com os seus vícios conceptuais e logísticos, advertem-nos com constância periódica que é necessário confrontar as aparências dos ciclos temporais breves. Avisam-nos que os olhos não devem deixar de ver para além do fino véu da inconsciência mediática.

É, por isso, estranha (e não sei se ilegítima) a tomada de posição do presidente da Junta de Freguesia de Santa Clara, José Simão: o autarca declarou publicamente que não irá colaborar com os “Censos 2011”. Percebe-se a ansiedade de José Simão com as supostas falhas no processo de recenseamento, que irão redundar em contagens mal feitas de residentes, prejudicando as já depauperadas contas das freguesias. No entanto, se as preocupações do autarca se podem justificar, o mesmo não se pode dizer das acções que pretende tomar (ou não tomar) e que poderão repercutir-se no bom funcionamento dos inquéritos e, em última análise, na qualidade dos dados obtidos.

No contexto da grande inquirição estatística que corresponde aos “Censos 2011”, cujas consequências possuem uma relevância de inequívoca dimensão nacional, talvez não seja má ideia pedir aos cidadãos (e, sobretudo, aqueles com mais responsabilidades em termos de governação) que esqueçam o próprio umbigo e que olhem para além das desusadas fronteiras do amor-próprio paroquial.

(Ontem, 11/03 no Jornal de Notícias)

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