<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5676375\x26blogName\x3dD%C3%A6dalus\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://daedalus-pt.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://daedalus-pt.blogspot.com/\x26vt\x3d5394592317983731484', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

25.8.04

Cheiro

O temor do novato refugia-se num dos bancos traseiros do autocarro velho e malcheiroso, carroça inóspita de vivências em trânsito e alambique experimentado de higienes frustradas. Repouso atrás de um paquistanês – ou talvez indiano, com certeza advogado, denunciado pela fulgente pedra anelar – que lê um daqueles “capas moles” da Penguin, de título ignoto e autor de nome impronunciável. Solidário com os maus ares, o homem cheira mal. Muito mal.
Na gare iluminada, horas depois, procuro um ponto remansoso entre a multidão de passantes. Não vislumbro lugares sentados. Procuro um pouco mais e sou recompensado com uma cadeira aconchegada. Coincidência odorífera: sento-me ao lado do indiano – ou paquistanês – do Penguin. Continua a cheirar mal. Mas agora tem a família com ele: uma esposa jovem e bonita e três filhos – rapazes – que brincam no chão quase imaculado da estação, descansando por vezes para abraçar a mãe ou o pai, à vez, sem favoritismos.
Aspirei o ar cerrado da gare. O mau cheiro dissipou-se na felicidade de um momento como aquele.