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15.3.04

Como eu vi “The Passion of the Christ”



O olhar pessoal de Mel Gibson sobre a Paixão de Jesus Cristo pode vir a ser rememorado no futuro unicamente pela extrema violência, com mantença quase pornográfica e constante de grande parte do filme, e pela controvérsia que suscitou em redor do seu alegado anti-semitismo. A inquietude que provocaria no espectador médio o martírio de um Homem inocente é, quase sempre, substituída por pormenores escabrosos e sádicos de violência, se não gratuita pelo menos barata. Aí penso que Mel Gibson cometeu um erro teológico, pois, ao incidir as câmaras no sofrimento extremo do Galileu, atraiçoou-O, como tão bem notou Frei Bento Domingues; já que Jesus passou todo o tempo da sua vida a chamar a atenção para o sofrimento dos outros. Não obstante, parece-me que, no essencial, “The Passion” não envereda por sendas substancialmente diferentes das registadas nos Evangelhos. Ninguém duvida [eu não, pelo menos] que o Nazareno foi morto, não por vontade de todos os Judeus ou de todos os soldados das legiões romanas de Jerusalém, mas antes devido empenho de um pequeno grupo de Judeus e ao pouco desvelo do governador romano Pôncio Pilatos. E, sobretudo, o Nazareno feneceu no madeiro por desígnio de Deus, para nos remir, humanidade, do pecado. Esta é a promessa do Messias. E se durante o filme os espectadores do filme ficam revoltados com o sofrimento daquele inocente, tal fúria propende, não para todos os Judeus e toda a soldadesca do Lácio, mas para aqueles senhores que, durante o filme, se empenham em matar e torturar Jesus. As pessoas não são estúpidas. Quem é fanático não precisa de retirar argumentos falaciosos deste filme para alimentar o seu ódio.

p.s. Aquilino Ribeiro chamou-lhe, n’A Casa Grande de Romarigães, a “Roma portuguesa”, aludindo à sua qualidade de cidade eclesiástica e arcebispado primaz do país. Foi, pois, em Braga que vi o “Evangelho segundo Mel Gibson”.