O astro depois da noite
O declir da noite ainda está apartado deste meridiano, ainda há pouco se ouvia o trinado do rouxinol junto às roseiras do jardim. E, no entanto, irei de encontro a Morpheu, amigo de longa data e de longos conciliábulos nocturnos, irresistivelmente convicto do retorno do astro refulgente às primeiras horas diluculares. Pois se é ele a sua razão de existir, de ser. É uma promessa de imortalidade, prenúncio de uma redenção pactuada. A âncora que me atém à vida. Eu sei, a manhã volta sempre, disse o poeta.
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