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29.2.04

Notas de um desejo

Se não fosses tu eu não era. Ou se algum dia fosse talvez a estocada da perda me perdesse. E ambos deixávamos de existir.

27.2.04

RUC

De certeza que eles não carecem desta humilde achega mas, de qualquer forma, não deixem de se deliciar com o Ricardo Mariano no seu Vidro Azul [Segundas 20h - 21h, repete aos Sábados e Domingos às 02h ] e com o meu amigo Zé Bernardo no Laptop [Da meia noite à uma, de Quinta para Sexta-feira] na antena da Rádio Universidade de Coimbra [107.9 FM].



Casablanca

Porque é um filme de culto? Talvez não saibam que foi rodado dia após dia, sem que ninguém soubesse como iria terminar a história. É, por isso, fragmentado, desconjuntado, como a Bíblia ou Hamlet, duas das obras estruturantes das epistemologias ocidentais. Ingrid Bergman, sobretudo, concorre para a genialidade de Casablanca. Sem saber qual o homem que iria eleger, sorria a ambos com igual ternura e ambiguidade, fascinantemente misteriosa. Soberba.


25.2.04

O elixir da existência imperecível

O desígnio supremo da vida não é mais que a tentativa de eclipsar o sono eterno. Até hoje todos falharam.

23.2.04

...

Estou com vontade de escrever mas a saturnália instalada no arraial luso perpassaria demasiado para o conteúdo dos posts. Prefiro calar-me porque estou quase a dizer que gosto do original Carnaval da Mealhada. Ou será o do Brasil, o que me caiu no goto? Já não sei. Vou mas é jantar, comer um prato regional a um conhecido “típico” da Praça, onde, diz-se, houve um dia um café chamado Mandarim.

21.2.04

Fim de Semana

Em nós, passam os dias
Que não são dias, mas tempo.
Vou mergulhar.

20.2.04

Deleatur

Este interessante caracter latino, da qual tomei conhecimento enquanto deletreava A história do cerco de Lisboa de Saramago, tornou-se hoje o ícone de uma amizade antiga e perdura. Parabéns pelo excelente trabalho. Tu sabes quem és.



Ideias fixas

Será que as ideias existem sem um recipiente material que as abrigue? Talvez a ideia e expressão da ideia sejam virtualmente inseparáveis e derivem da mesma construção social. De facto, parece-me impossível o processo de ideação sem representações materiais das ideias. Afinal o que aparece no princí­pio, a ideia de navegar ou a imagem de um barco tosco sobre as águas de um rio, a ideia de um beijo ou a imagem de uma mulher a sussurrar-te ao ouvido?

18.2.04

Cem vezes Figo

O fingimento do artista deslumbra o espírito do mortal.




Parabéns Luís, és o maior!

Quem sabe um dia

17.2.04

Performances machistas: notas de campo

Um dia qualquer, na Emília
-Anda cá, ó cabrão!
-Cabrão é o pai dos teus filhos. [silêncio pensativo] Não, não, que o pai dos teus filhos sou eu.

De licores

Há os que gostam mais do Favaios, inclinações não se discutem. Eu prefiro o Beirão. Não poderia solicitar outro licor de forma tão picaresca, “Emília, dois Beirães p.f.”

16.2.04

Boa noite

Aquele rosto sem nome, pétreo e de cor indefinida, avizinhou-se de nós no limbo pardacento do estacionamento e, com a voz limpa e vítrea, ciciou a justa litania de uma vida de desesperança. Falou, discorreu longa e fragorosamente sobre a sucessão ininterrupta de martírios e cruciações que era o filme da sua existência. Drogado, seropositivo e sem-abrigo, emblemas maiores de um self esgarçado pela miséria e pela mentira. Mais vale sancionar esta como verdade e esquecer para continuar. Tenho a certeza que a sua vida era bem pior que aquela descrição esforçada. Sei que existem formas de padecimento intransponíveis para uma configuração falada, verbalizada. Como pode o frio ser traduzido numa palavra, numa frase? É preciso senti-lo. Deixá-lo subjugar o corpo. Lembrámo-nos, “É a segunda vez que nos enganam desde que chegámos”. E isso não pesou na nossa decisão, não podia pesar quando o desvelo, o empenho no discurso era tão evidente. Nem na miséria existe igualdade e decidi, talvez plutocrata e nada cristãmente, que aquele seria recompensado. Pelo esforço.

Reciclagem e reaproveitamento, chamem-lhe o que quiserem

Na natureza nada se perde e nada se cria, tudo se aproveita.

13.2.04

6ª Feira 13

A aversão ocidental ao aziago número 13 parece ter a sua origem na noite da Última Ceia, por ser esse o número de santos comensais que partilhavam uma mesa numa obscura taverna de Jerusalém. A saber, Jesus Cristo, Pedro, Judas Iscariote, Judas Tadeu, Tiago, João, entre outros não menos ilustres condiscípulos do Mestre. Os trágicos eventos que se seguiram envolvendo Jesus Cristo e os seus discípulos são amplamente conhecidos, não serão portanto tratados neste post. E porquê 6ª Feira, dia malfadado? Porque foi nesse dia que Cristo foi crucificado. Ok, até aqui parece não haver discussão. O que me chateia realmente prende-se com o não aproveitamento mercantil deste dia. Vejamos o dia de amanhã, de S. Valentim. Foi apropriado pela lógica capitalista para promover o desejo da oblata no seio dos pares enamorados, acto amoroso desnecessário, de resto. Ou a des-sacralização capitalista do Natal, Coca-Cola é que é. Questiono, então, porque não existe a bonita tradição de oferecer, todas as 6ªs 13, uma pata de coelho, uma cabeça de víbora, um livro de S. Cipriano ou um cabelo de múmia aos amig@s, família e namorad@s? Todos ficavam a ganhar. Os admiministradores das big corporations, os pequenos comerciantes e, sobretudo, as pessoas que recebessem tais lucky charms. Quem sabe, a ministra Ferreira Leite até podia aprender uma mezinha no S. Cipriano para eclipsar o défice.

12.2.04

Joana

Danada cachopa. Sempre a reinar, desde que os primeiros alvores pubescentes se encarregaram de tornar aquele frágil corpo de menina numa mulher de truz. A cada novo baile novo homem. Aliás, como sempre vira fazer o pai com as mulheres. Não repudiou [nem podia] a herança ancestral, boa filha que era e cristã de cepa velha. Apesar de pândega nunca faltou com o caldito na mesa do velho nem com o ósculo afectuoso quando chegava ao tecto genitor e o sol já ia alto por trás da mata do senhor Conde. Transcorreram as primaveras, de homem em homem, biscate em biscate, amarguras sempre em crescendo, até que disse ao pai que estava de bebé. "Quem é que to fez, que se não casa contigo capo-o?". Vieram-lhe à ideia seis ou sete nomes, mas só lhe saiu um da boca matizada com batom barato. O velho não contemplou e, caçadeira em riste, lá obrigou o pobre de Deus a casar com a filha. No dia do conúbio duas velhas cobertas de negro, engelhadas e finórias, comentavam escondidas na sombra secular da capela de S. Justo, "Elas são umas doidas, são muito piores que eles."

O santinho-mártir, Justo, sorriu a Joana do cimo do altar, as bochechas de efebo a vermelharem de alegria. Exceptuando o pai e aquele que ia nascer, aquele toro de madeira moldado e pintado foi a coisa mais parecida com um homem que ela alguma vez amou.

Sculpture of a cow

"Quando um homem que racha ao acaso um bocado de madeira obtém involuntariamente a imagem de uma vaca, essa imagem é uma obra de arte? E se não é, porque não é?"
Stephen Dedalus in "O retrato do artista enquanto jovem" de James Joyce

10.2.04

Super

Bem acompanhado por Dionísio ou Baco [não interessa, para o Fernando o deus chamava-se vinho] chegou a casa por volta das 6 da manhã. O instinto compeliu o seu corpo bamboleante para a cozinha onde, depois de partir meia dúzia de pratos sujos abandonados na bancada e de virar por terra uma imagem enegrecida de Nª Sr.ª de Fátima, deitou a mão à primeira garrafa que topou, bebendo-a com a sofreguidão própria de um ébrio reincidente. Compreensivelmente rumou de seguida à alcova onde se alojou no colchão de palha misturada com revistas pornográficas, Ginas e Tânias sobretudo. Ao meio-dia, quando acordou, o quadrado de dormir parecia a ribeira em noite de S. João [isto sou eu a dizer, não me parece que o Fernando saiba sequer onde fica o Porto], as bolas e os balões de sabão a tremular pela atmosfera cálida. Depois de o chamar para o almoço a mãe interrogou-o: "Ó Fernando, o que é que tu fizeste à garrafa do POP?" (1)

(1) Histórico

Primária II

Ela. Passava no recreio, o rabo a saracotear muito mais alta que eu. Como eu a amei. Como, desde então, mudou o meu conceito de amar.

9.2.04

Os Reis do Mundo e o alvor do divino

“Quando a proa da acanhada barca de vela latina embateu no velho pontão de Aigues-Mortes no delta do Ebro, o marulhar recidivo e lento do Mediterrâneo congraçou-se com os grasnidos das gaivotas e o bramido do Mistral numa Hossana nunca ouvida naquele solo meridiano. Do batel desceu um homem de estatura meã mas cujos braços foram suficientemente fortes para carregar o ditoso madeiro da cruz no caminho do Gólgota. E José de Arimateia era o nome desse homem e a sua sagrada carga o Graal, cálice sacrossanto usado na Última Ceia em Jerusalém pelo Nazareno e os doze. E com ele estava um homem, a sua mulher e os filhos, que viriam a fundar a gloriosa dinastia dos Capetos, os Reis do Mundo. Porque a sua força e o seu poder vieram do Graal, Jesus Cristo, o Homem ao lado de José de Arimateia, pai do rei de França, o Rei do Mundo. E eu porque sou francês e Inácio espanhol, acredito e ele não. E por isso morro no sacro lume da Santa Inquisição. Que Deus guarde a minha alma.”

(Fragmentos de uma Carta manuscrita de Guillaume de Postel, datada de 1581, encontrei-a e li-a no francês original em 2002)

Espectros na noite

Acordei pálido porque as minhas células recusaram um iogurte de morango e um polícia quis dançar uma valsa com um vendedor de algodão doce. Ou isso ou ainda não despertei e o que me parece tão real não passa de um sonho.

8.2.04

Primária

Eu era quase sempre o último a chegar ao recreio, por volta das 8:30h. Depunha a minha mochila no fim da fila encarreirada e juntava-me à malta que dava uns toques na bola de serapilheira, que a de couro, essa, só via a luz do sol em dia santo. Naquela manhã, porém, não se ouvia a chiadeira “passa a bola que eu finto todos e marco golo” no pátio deserto, os dois plátanos a fazerem companhia um ao outro. No dia claro, início do Verão, a miudagem que normalmente estaria no pátio a jogar à bola ou a saltar à corda, rumava aos magotes ao ribeiro para ver o espectáculo gratuito da morte. Mesmo ao longe pressenti a cena: a cadela, duas ou três crias aninhadas no ventre bojudo e semi-aberto e a lapuzada curiosa a berrar e a chorar enquanto a Dona Maria Luísa, professora daqueles quatro anos inesquecíveis, tentava em vão apartá-los dali. Pus-me a correr para lá, ansioso, o voyerismo a palpitar apressadamente nas minhas veias, o medo jugulando o meu passo de criança. Porra, o palco regurgitava espectáculo bárbaro. Foi duro ver os cãezinhos a putrificar, no ribeiro quase seco junto à escola. Os meus sete anos não aguentaram aquele cheiro a podre e os bichos larvares remexendo-se nos olhos dos caninos extintos. Aliei-me incondicionalmente ao coro que carpia aqueles inocentes. Nunca como quando se é criança se é tão vulnerável à possibilidade da morte, e agora sei que é mais difícil morrer quando somos crianças. Cheguei a casa, almocei, corri para o meu avô: “Enterra os cãezinhos avô, e depois dizemos uma oração”.

7.2.04

Eterno feminino

Os homens só se começam a conhecer quando encontram a mulher certa. Ou quando descobrem que não querem nenhuma mulher. O que é certo é que tudo começa e acaba nelas.

Slow Food de forma rápida III

Por agora sou compelido a recomendar o belo do postre, frondente de calorias e deleitoso ao palato. O bolinho de cenoura é empreitada da doce Sofia e para o aprimorar há que acautelar a presença na banca de cozinha de 1 cenoura de tamanho médio, 4 ovos, 400 gramas de farinha com fermento, baunilha e açúcar q.b. Rala-se finamente a cenoura e separam-se as gemas das claras, batendo as primas com o açúcar e as sigas em castelo. O creme das gemas coliga-se com a vanilla, a farinha e a cenoura ralada. De seguida misturam-se as claras e mexe-se muito bem. Finalmente unta-se com manteiga uma forma redonda para bolo [sem buraco no meio, talvez para minorar as distracções], dispõe-se a massa e leva-se ao forno a cozer durante cerca de 35 minutos a 250º. OK, agora é só convidar as avós para um lanchinho e deixá-las de boca aberta com o dulçor deste bolinho.

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6.2.04

Blogging II

Os blogs são, enquanto ferramentas de escrita e de "treino de escrita", grandes mananciais de possíveis futuros novelistas, romancistas, poetas ou ensaístas, funcionando como tubos de ensaio para muito boa gente que simplesmente gosta de objectificar sentimentos, experiências de vida ou uma imaginação fecunda. O que é interessante é notar que a possibilidade da escrita e, sobretudo, a possibilidade de divulgação da escrita, conhecem coetaneamente uma progressiva democratização.

A oblata dos blogs é essa, pois, a possibilidade de qualquer pessoa com computador e acesso à internet encarnar Eco e "desejar envenenar um monge".

Ardor

"Não coces que fica vermelho. Fica mal a um lagarto como tu esse semáforo no meio da testa"

5.2.04

Restos de uma composição maior

A fachada barroca vagamente iluminada protegera-o da chuvada célere que aspergia toda a cidade. Os poucos transeuntes que ainda vagueavam pelas ruas acorriam atabalhoadamente ao cálido refúgio do lar, desatentos daquele estranho homem que, enrolado sobre si, começara a cantar uma ária de Wagner. Ou talvez o último êxito da rádio.

Ninguém sabe, ninguém deu por isso. Aquele homem triste, ou mulher, abrigado sobre a parede amarelada, ou branca, ou negra, ninguém sabe. Ninguém atentou nele ou nela, nem o próprio narrador desta história que assim fica irremediavelmente inacabada. São tantos assim que já ninguém quer saber.

4.2.04

Notas irónicas

Ainda há pouco sentia o vento na cara. Um miúdo, não mais de 18-19 anos, engrenava o pseudo-charme num espalhafatoso Kompressor descapotável. A Sofia (a rua, não tu) olhava embevecida para aquele espada e para o pequeno rei que o empunhava. Eu, à sua frente, abri as janelas e rodei o volume ao máximo, o Frank Black a gritar-lhe aos ouvidos qualquer coisa no seu espanholês esquizofrénico. O olhar da rua seguiu-me desde aí, até aos semáforos junto à Caixa Geral de Depósitos. Detesto exibicionismos, pá.

Leitor modelo

Tanto para dizer e tão pouco tempo. Talvez espere por amanhã ou por outro dia qualquer. Talvez espere por ti, gentil leitor, que sejas tu a pensar aquilo que eu poderia dizer. Estou com preguiça. Este espaço em branco não passa de um mapa onde inscrevo a tua imaginação. Os dois num só.
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2.2.04

O desgosto do primeiro "hate-comment"

Falar de futebol é pior que falar de política. As pessoas reagem instintivamente, comem o bolo ainda quente. Magoam-se e tentam magoar os outros, os que passam lá fora e são meros espectadores.

Bola aqui nunca mais? Nah. Seria demasiado fácil. Até à próxima.

1.2.04

0 peso da alma

21 gramas

SCP-1 : FCP-1

E no entanto foi um belíssimo jogo de futebol. Do ritmo alvoroçado da segunda metade comentava-se que parecia um jogo da Premier League inglesa. A magnificência táctica ao nível das grandes equipas italianas e, a espaços, grandes pormenores técnicos, a insinuarem o futebol brasileiro. E os inevitáveis casos a lembrarem-nos que o jogo se realizou entre equipas portuguesas, por sinal as duas melhores da actualidade. Pelo menos dois jogadores do Porto deviam ter sido expulsos (Baía e Deco) se as leis do jogo fossem observadas. Por outro lado, o penalty II a favor do Sporting foi mal sancionado pelo árbitro (“árbito” segundo Maniche).

Mas deste jogo o que se rememorará no futuro será a atitude de um grande treinador de futebol que, infelizmente, é um homem de estatura moral desprezível e aleivosa.

* Para quem não saiba, Rui Jorge seguiu com o jogo naquele lance infâme depois do árbitro o ter instado a isso.