6ª Feira 13
A aversão ocidental ao aziago número 13 parece ter a sua origem na noite da Última Ceia, por ser esse o número de santos comensais que partilhavam uma mesa numa obscura taverna de Jerusalém. A saber, Jesus Cristo, Pedro, Judas Iscariote, Judas Tadeu, Tiago, João, entre outros não menos ilustres condiscípulos do Mestre. Os trágicos eventos que se seguiram envolvendo Jesus Cristo e os seus discípulos são amplamente conhecidos, não serão portanto tratados neste post. E porquê 6ª Feira, dia malfadado? Porque foi nesse dia que Cristo foi crucificado. Ok, até aqui parece não haver discussão. O que me chateia realmente prende-se com o não aproveitamento mercantil deste dia. Vejamos o dia de amanhã, de S. Valentim. Foi apropriado pela lógica capitalista para promover o desejo da oblata no seio dos pares enamorados, acto amoroso desnecessário, de resto. Ou a des-sacralização capitalista do Natal, Coca-Cola é que é. Questiono, então, porque não existe a bonita tradição de oferecer, todas as 6ªs 13, uma pata de coelho, uma cabeça de víbora, um livro de S. Cipriano ou um cabelo de múmia aos amig@s, família e namorad@s? Todos ficavam a ganhar. Os admiministradores das big corporations, os pequenos comerciantes e, sobretudo, as pessoas que recebessem tais lucky charms. Quem sabe, a ministra Ferreira Leite até podia aprender uma mezinha no S. Cipriano para eclipsar o défice.
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