Super
Bem acompanhado por Dionísio ou Baco [não interessa, para o Fernando o deus chamava-se vinho] chegou a casa por volta das 6 da manhã. O instinto compeliu o seu corpo bamboleante para a cozinha onde, depois de partir meia dúzia de pratos sujos abandonados na bancada e de virar por terra uma imagem enegrecida de Nª Sr.ª de Fátima, deitou a mão à primeira garrafa que topou, bebendo-a com a sofreguidão própria de um ébrio reincidente. Compreensivelmente rumou de seguida à alcova onde se alojou no colchão de palha misturada com revistas pornográficas, Ginas e Tânias sobretudo. Ao meio-dia, quando acordou, o quadrado de dormir parecia a ribeira em noite de S. João [isto sou eu a dizer, não me parece que o Fernando saiba sequer onde fica o Porto], as bolas e os balões de sabão a tremular pela atmosfera cálida. Depois de o chamar para o almoço a mãe interrogou-o: "Ó Fernando, o que é que tu fizeste à garrafa do POP?" (1)
(1) Histórico
(1) Histórico
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