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11.1.11

Huck Finn

As manhãs ainda são demasiado frias - e o preço do gasóleo nunca é revisto em baixa - mas essas minudências são facilmente ultrapassáveis por períodos prolongados na coberta de casal. O que verdadeiramente me preocupa são os livros que já li, os que ainda hei-de ler, e mesmo aqueles que nunca farão parte do meu pessoalissimo cânone. Preocupa-me a censura dos mullahs aos livros de Paulo Coelho. Eu também os censuro - e de forma veemente - mas partindo de um censor estético privado e não de recomendações ou proibições emanadas por consciências omniscientes supra-individuais. No Ocidente libertado a censura é mais indigna: mutilam-se as palavras de autores mortos, reescrevem-se os seus parágrafos em norma puritana, como se algumas expressões fossem pénis minúsculos de estátuas imperiais. O mundo de Twain, Camões ou Kipling deixou há muito de existir: porquê trocar as suas palavras politicamente incorrectas por merdices anódinas se podemos queimar os seus livros? O crime merece o lume, a luz niveladora dos iluminados.

"Parece que los gitanos y gitanas solamente nacieron en el mundo para ser ladrones: nacen de padres ladrones, críanse con ladrones, estudian para ladrones y, finalmente, salen con ser ladrones corrientes y molientes a todo ruedo, y la gana del hurtar y el hurtar son en ellos como acidentes inseparables, que no se quitan sino con la muerte."
(Cervantes, La gitanilla)

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8.1.11

Melhor seria que os "Guerra" traduzissem o Taras Bulba

Como em manhã chocarrenta de feira, o país divide-se entre os que contam espingardas e os que negoceiam como os ciganos d'antigamente.

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2.1.11

This new keyboard

O ano começa em dor. De barriga, como deveria ser sempre. Culpas divididas pelos caranguejos - comidos com a sofreguidão atávica dos pobres - e pelos copos de vinho de origem mais ou menos desconhecida. O ano começa na sanita e eu não poderia esperar mais, ou melhor, de um início tão glorioso e arrebatador.

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24.12.10

Feliz Natal e isso (sem o palhaço do Pai-Natal)

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10.2.10

Heine

Amar-te-ei eternamente e ainda depois.

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20.10.09

A mão

Toda a gente se masturba a pensar nalguma coisa: numa mulher, num homem, na ovelha que pasta mansamente no prado, nos Louboutin da vizinha, na Bianka Keds, big breasted amateur milf. O mundo dos que se masturbam está cheio de imaginação e de relações sem qualquer futuro. Ainda assim, há limites auto-impostos: ninguém se masturba a pensar na mão que embala a coisa.

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24.9.08

G.K. Chesterton


(...) mas o povo apuliense é de gema. É de raiz. (...) Os pinheiros têm pinhas para dar a todo o pobo que queira deborar, cumó esquilo que debóra a pinha verde. (...) Sabe o que é aqueles cães puitebull? (...) É isto que acuntece perante a actebidade de um jogo, num é? (...) Perjudicado como o Apúlia tem sido perjudicado honestamente e confrontamente (?). Forte e feio! Para quê? (...) Ó filho, quando tiveres que falar mal, fala. Estás a aliviar o teu espírito pessoalmente. (...) Camóstre a bergonha do expulsamento do guarda-redes do Apúlia. (...) Ele veio para aqui de pata de cavalo, esse chorrilho desse árbito.

Há homens que não são mais do que isso: homens. Outros dão um pouco mais de si ao mundo, são como as cadelas que não se contentam com o seu estado natural de cadelas e, sem ligar às gargalhadas dos donos, adoptam um gatinho, alimentam-no e (possivelmente, que isto hoje em dia já não há certezas de nada) amam-no com a um filho. Isto dito, há homens que merecem as palavras de Chesterton. O Visconde da Apúlia é dessa gema. É o grande vencedor do prestigiado Prémio Capitão Moura (Liga dos Últimos). É (desculpa Bernardo) o maior.

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27.8.08

Está muito aguado

Miguel Esteves Cardoso (no Almocreve das Petas).

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3.8.08

Curate's egg



Bishop: I'm afraid you've got a bad egg, Mr Jones.
Curate: Oh, no, my Lord, I assure you that parts of it are excellent!

(Cartoon de George du Maurier, publicado em 1895 na revista Punch)

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17.5.08

O que é um «Curate»?

7.1.08

Continuei a olhar a tarde

Deixei que a escuridão me tomasse o olhar. Esperei que a imagem no espelho recuperasse o tempo próprio dos gestos que eu simulava do outro lado do quarto (coisa mais estranha, um espelho assíncrono, pensei). Todavia, tinha sido engraçado, e até estimulante, verificar como os meus gestos eram lentos (e eu queria que fossem rápidos), tornados ainda mais lentos pelo desfasamento entre o momento em que eram executados e o posterior momento em que, tal como num filme, os via naquele espelho pousado na parede, do outro lado do quarto.

A dada altura, não sei muito bem quando, os meus gestos tornaram-se, de facto, concomitantes (aquém e além do espelho), aprisionados em reflexões fugazes e animadas pelo meu movimento contínuo. Foi nessa altura que peguei no revólver e despachei o assunto. Dei um tiro no meu próprio reflexo, no sítio onde era suposto estar o coração (a sua imagem reflectida, pensei mal, a imagem reflectida de um pullover azul sob o qual deveria estar: pele, costelas, músculos, pulmões e, talvez, um coração, pensei melhor). Os vidros estilhaçados (que agora repousam no caixote do lixo da cozinha) são a prova de uma tentativa de assassinato (e não de suicídio). Tentativa, digo bem: ainda aqui estou, vivo e castigado pelo cinto do meu pai. O espelho era novo, vou ter que pagá-lo com a minha mesada.

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12.10.07

70x7

Então Pedro, aproximando-se dele, perguntou-lhe: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete.
[Mateus 18:21-22]

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1.5.07

O espelho da casa de banho

Lentamente: observo a barba crescida. Houvesse paciência e uma boa lâmina - de Albacete, como dizia o outro lá de cima - e eu recriava a face. O fascínio do espelho, não um fascínio de Narciso, entenda-se, mas um fascínio de Borges, acrescenta à realidade certas e determinadas nuances que implacavelmente se perdem no voo cansado das horas vistas de um só lado. O espelho acrescenta o outro lado, a outra perspectiva de nós mesmos. Uma vertigem somada a outra vertigem. Um corpo que reflecte o corpo plasmado no espelho. Isto para dizer o quê? Nada, talvez. Ou então pouca coisa. Apenas uma lição: tudo é hipocrisia, simulação, mentira. Tudo o que nos rodeia só existe no espelho.

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