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25.8.09

Azul



Saiu o n.º11 da revista de poesia «Saudade». Por lá hão-de encontrar um «azul» meu.
Folheando o azul do céu, esse missal dos poetas.
António Nobre

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17.1.09

Num 'guento 'tar tanto tempo longe d' ti

Não sei que mar é este, nem que navios encalham nas / suas praias. Sento-me na sua margem. Espero-te.
(Nuno Júdice, Cartografia de emoções, pág. 111)

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26.11.08

Elogio a Amadeu Baptista

É possível, e até desejável, esquecer o homem. A humanidade é uma ideia frágil, frustrada entre as enguias dos nossos dedos. Saio de casa de manhã cedo - eis o destino dos mais fortes! -, escuto a poesia comovida dos passos amanhecidos em cansaços eternos, recomeço o dia seguinte.
O dia alonga-se para além das árvores, encontra-se nesse grande vegetal vivo lenhoso. É uma espécie rara de palavra inabitável. Os homens tocam-se aconchegam-se nas sombras e esquecem.

Não te esqueci. Foste-me oferecido a dois tempos, um ruído crestomático vagamente sitiado diluído num velho motor de motorizada. Como um dízimo pago na derradeira luz, também tu foste peremptório. É mais fácil esquecer as palavras que a infinita pequenez de uma alma.

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Valsa

É Setembro em Viena./Pequenas cintilações abrem as portas/dos imensos salões/e ao som da valsa/podemos perceber qual a diferença/entre um roçagar furtivo/e o tremor de terra.
(Amadeu Baptista, O bosque cintilante, pág. 75)

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Getsemani

A minha solidão é insuportável, mas nada faço contra tantas moedas.
(Amadeu Baptista, Sobre as imagens, pág. 45)

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12.11.08

Weekly Review

Finalmente: um novo livro de Luís Quintais. O livro, que leva o título de Mais espesso do que a água, é editado pela Cotovia. O lançamento é hoje, pelas 18:30h, na Livraria Pó dos Livros. O actor Diogo Dória fará a leitura de alguns poemas.

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30.10.08

O dia deu fruto

No fundo a gente vive/ agora ou logo à tarde/ urdindo de memória/ a esperança violenta/ de construir a mar/ o nosso tempo.
(Paula Tavares, Ritos de passagem, pág. 62)

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30.9.08

Several scandalous love affairs

22.9.08

Outono

Das árvores, caíram as folhas, e voaram os melros para outra distância.
(Amadeu Baptista, Outros domínios, pág. 57)

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27.8.08

The sweetest little song


You go your way
I'll go your way too
(Leonard Cohen, Book of Longing, pág. 198)

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20.7.08

As fotografias

As fotografias precedem a memória, são a realidade parada de luz. As fotografias evoluem como os olhos, entre reformulações e malogros. As fotografias não amarelecem, queimam, não se enchem de pó mas de granizo. As fotografias duram mais que a memória, mas não muito mais.
(Pedro Mexia, Em memória, pág. 23)

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27.6.08

O prémio

«O leitor de poesia pode, e até é desejável que tal suceda, confundir-se com o contrutor de uma casa, na medida em que aquele que habita é também alguém que constrói, preserva ou, na mais humilde das versões, evita a derrocada.»

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24.3.08

Ressurreição


Deixem passar o filho do homem
Que as árvores torcidas
Se endireitem à sua passagem
[Paula Tavares, Ex-votos, pág. 38]

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1.10.07

O cemitério da doçura

Há um rio chamado Minieu. Disse o poeta que desagua no mar, perto de Arena. Se não desaguasse no mar, perto de Arena, talvez se espargisse num outro rio e, nesse caso, Minieu seria um rio e também um afluente, como o Ceira. Mas parece que não, Minieu é um rio que desagua mesmo no mar. A isso, porém, deu o poeta a resposta impossível: o mar é salgado e destinado a coisas mais honrosas que a morte.

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30.7.07

"Pronto a morrer"

Então, Alex Herzevitch,
A rua é escura? Deixa lá
Alex Coraçãovitch -
Pra quê tudo? Tanto faz!

[Ossip Mandelstam, Guarda minha fala para sempre, pág. 173]

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20.6.07

Não gosto que faças isso

Não gosto que/ uses/ o isqueiro/ que te/ ficou/ do passado/ para/ atear o/ cigarro./ Não gosto que faças isso./ Agora que/ estás/ comigo/ não/ acho bem/ que recorras/ ao calor/ da chama/ antiga/ para te acender o sorriso.

[João Luís Barreto Guimarães, Rés-do-chão, pág. 18]

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10.6.07

O copo

Um objecto não investiga.
Um copo, por exemplo; ou lhe colocam água ou vinho ou outro líquido, ou o deixam cair no chão.
[Gonçalo M. Tavares, Breves notas sobre ciência, pág. 47]

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24.5.07

Nome

I
Corrigi versos
e a tarde declina
agora
e tudo grita o teu nome:
II
deflagra o fruto
no chão
do quarto:
III
eu vou arroteando
o cimento
com
aras
de aço:
IV
olhos, os teus.
[Luís Quintais, Canto Onde, pág. 68]

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21.3.07

Poesia

Luís Quintais e Anne Carson no dia mundial da poesia.
Do Luís, meu ex-professor [mas quem foi nunca deixa de o ser] e amigo, um poema do seu primeiro livro, A Imprecisa Melancolia [Teorema, 1995]:
Na Catedral
Cheguei cedo à catedral.
Turistas prostravam-se
às suas portas.
Às dezasseis, invadiram-se as naves
com a avidez do sagrado
ou da sua nostalgia.
Nenhum anjo nos tocará na face,
nenhuma forma se incendiará de puro desejo.
Não partilharemos mais
que a curiosidade a horas marcada.
Nada há que se contemple.
Nem o lembrado exercício do canteiro,
nem a fúria do geómetra que, da palavra,
quis a sereníssima música,
o portal dos céus.
Nada há que se contemple.
Não há olhos
que contemplem
a imensa porfia do divino
que, tão perto das pedras e tão longe
dos homens,
fez dos séculos um imenso
retábulo, um espelho de umbrosos
desígnios, de trânsitos sem esperança.
De Anne Carson, uma motivação inserta em Plainwater [Random House, 1995]:
After a story is told there are some moments of silence. Then words begin again. Because you would always like to know a little more. Not exactly more story. Not necessarily, on the other hand, an exegesis. Just something to go on with. After all, stories end but you have to proceed with the rest of the day.

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