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31.7.06

À vista de Middelharnis


[Meyndert Hobbema, The Alley at Middelharnis, 1689, National Gallery, London]

No dia em que Hobbema pintou o caminho para Middelharnis, um raio destruíu a torre da igreja protestante da pequena cidade. Nesse dia, de nuvens em rebanho e árvores esqueléticas, em que o pintor imortalizou em vista longínqua os edifícios de uma vulgar cidade dos Países Baixos, Deus enviou um sinal que nada é eterno senão Ele.

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28.7.06

A pedido

Recostada sobre três pêssegos carecas e duas pêras tipo rocha, uma banana quase amarela espera pelos teus dentes - tortos e quase amarelos - e por um arroto de aprovação.

100 anos de paixão: só eu sei porque não fico em casa #29

Ninguém pára o Benfica, ninguém pára o Benfica, ninguém pára o Benfica olé oh!
[Torneio do Guadiana]
Ninguém: 3 - Benfica: 0

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27.7.06

Anti-maniqueísmo

Em momentos de crise profunda, quando as fracturas entre povos e ideologias se exacerbam, verifica-se quase sempre a disseminação dos ismos e, quase concomitantemente, dos seus anti-. Face à guerra que opõe Israel ao Hizbollah, os campos opostos de uma das extensões da guerra - no Ocidente - parecem já perfeitamente estabelecidos: a esquerda folclórica, radical e pacifista na ilharga da causa árabe e a direita populista, liberal e guerreira do lado de Israel. Sei bem que é difícil manter uma neutralidade crítica perante os factos que vão desfilando de forma incessante nos telejornais, que o mais fácil será, porventura, abraçar a causa de um dos lados em contenda, fechar os olhos aos erros da facção perfilhada e empolar os do lado a combater: no fundo, abordar a guerra sob os auspícios de um binarismo simplista. Os maus todos do outro lado, os bons todos do nosso e as consciências tranquilas na hora de ir para a cama. Longe eles vão matando e morrendo, por aqui vamos ficando todos cegos pela explosão do mundo a preto e branco.

26.7.06

100 anos de paixão: só eu sei porque não fico em casa #28


[Em segundo plano: Manuel Fernandes satisfeito por assinar pelo Portsmouth]

Amanhã, dia 28, o Sporting inicia a sua participação no Torneio do Guadiana. O primeiro jogo será contra o Benfica. Estes jogos de pré-temporada, contra equipas fraquinhas, servem para aquilatar as capacidades individuais dos reforços e apurar os mecanismos entre os sectores da equipa.

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Preto e branco

25.7.06

Leviandade e guerra [act.]

Fazendo uso de muita auto-contenção abstenho-me, desde já, de comentar o propalado anti-semitismo que anda colado a algumas posições da esquerda radical portuguesa, em particular, e da esquerda radical ocidental, em geral [o anti-semitismo da extrema-direita é de tal forma corriqueiro que por vezes é arriscadamente esquecido]. Este texto pretende, tão-somente, testemunhar a minha posição em relação à guerra que opõe Israel ao Hizbollah e comentar a visão maniqueísta do conflito que muitos apressadamente perfilharam.

Uma das experiências essenciais da guerra é que as pessoas morrem. As balas rasgam a pele, os cadáveres fedem, as mulheres são violadas e os homens cagam-se de medo. A guerra não é agradável, não é desejável. É estranho que tanta gente se esqueça da consistência irredutível destas lapalissadas. As hordas de guerreiros de sofá e hoc genus pseudo-liberais que, entre uma mirada à CNN e um joguinho de estratégia, transformam as palavras em pedras da calçada, simplesmente não conseguem apreender a natureza material de uma morte, de uma violação, de uma perna amputada. A guerra é, definitivamente, um mal.

Mas, por vezes, é um mal menor face às condições preexistentes. Se em causa está a sobrevivência, a luta é amiúde um imperativo. E quando há luta, há sempre mancha. Israel é – todos o sabem – um pequeno estado rodeado de inimigos [não sejamos ingénuos: muitos, mesmo muitos árabes odeiam Israel e gostariam do o ver desaparecer do mapa] cuja sobrevivência é muitas vezes caucionada por uma atitude pró-activa em relação ao conflito com os vizinhos. Contudo, esta assertividade em relação à guerra conduz, muitas mais vezes que o desejável, ao uso desproporcionado da força, ao martírio de populações inocentes e à ocupação ilegal de terras. O estado israelita não é um santuário de virgens ofendidas e detentoras da razão como também não é o manancial de todo o mal que infesta o Próximo Oriente. O mesmo tipo de reflexão se aplica aos vizinhos árabes de Israel. O problema reside quase sempre no facto de as pessoas acreditarem nos erros do campo inimigo e não verem os do seu próprio lado.

E, finalmente, uma palavra para os “pacifistas” da esquerda radical. Onde estavam quando explodiram as bombas em Mumbai? Onde estavam quando as milícias do Darfur assassinaram dezenas de milhares de inocentes? E quando os ruandeses se mataram à catanada? Nada melhor para complementar a hipocrisia do que o “activismo” selectivo.

A ler:
Eduardo Pitta, no Da Literatura
Luis Carmelo, no Miniscente
Luis Januário, no A Natureza do Mal
Rui Bebiano, no A Terceira Noite

24.7.06

Tudo bons rapazes

O Hizbollah [ou Hezbollah], num site afecto ao Bloco de Esquerda [edit e sublinhados meus].
"Hezbollah (que quer dizer Partido de Deus) é uma organização político-partidária e uma milícia armada que nasceu apenas em 1982, decorridos já sete dos 15 anos que durou a guerra civil do Líbano. O seu objectivo principal era a expulsão do Exército israelita do Sul do Líbano, que acabou por se concretizar no ano 2000.
O Hezbollah representa a população xiita, mas não é o único representante. Há outra milícia xiita, a Amal, que também tem força armada no Sul do Líbano. Pelo acordo de Taif, que pôs fim à guerra civil, todas as milícias deveriam ter sido desarmadas, mas o Hezbollah sempre se recusou a fazê-lo, por se considerar uma força de resistência.

Durante a chamada revolução dos Cedros, mobilização que se seguiu ao assassinato do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri e que levou à retirada das tropas sírias que se mantinham no Líbano desde a guerra civil, o Hezbollah manteve a sua aliança com os sírios e mobilizou grandes manifestações a favor da Síria. Nas eleições que se seguiram, a organização xiita teve o maior resultado de sempre, elegendo 23 deputados. Em aliança com a Amal, elegeu todos os representantes do Sul do Líbano. É risível, assim, considerar o Hezbollah uma organização terrorista.

O Hezbollah tem um canal de televisão, Al-Manar (o farol) que, apesar de ter tido a sede totalmente destruída pelos primeiros bombardeamentos israelitas da actual guerra, continua a emitir. Tem também uma rádio e um mensário impresso. Dois ministros do actual governo são do Hezbollah. Dirige hospitais, escolas e tem investido em projectos de reconstrução e desenvolvimento." [daqui]
p.s. Diz-se, mas ainda não me dei ao trabalho de confirmar, que também o regime nazi dirigia hospitais, escolas e investia em projectos de reconstrução e desenvolvimento...

Impressões de 4 de Julho

Havia uma procissão lenta, de joelhos abraçados ao chão. E uma rainha morta, viva na luz fugaz das velas que alguns lhe destinam.

23.7.06

Uma citação quase sempre se adequa a alguma coisa que acontece

"Nós não somos como os lagartos cujas caudas voltam a crescer rapidamente depois de terem sido arrancadas."
[Stefan Zweig, A embriaguez da metamorfose, Dom Quixote, p. 112]

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Gostava de te oferecer algumas

Em frente ao meu quarto há uma roseira. As suas flores são belas - todas as rosas são belas!

21.7.06

Distanciamento ideológico

A ler: os excelentes posts sobre a questão israelo-árabe do Tiago Barbosa Ribeiro. No Kontratempos.

100 anos de paixão: só eu sei porque não fico em casa #27


Sim, claro que sim. O Brasil é um imenso Portugal, o fado tropical cumpriu-se. Obrigado Chico.

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20.7.06

Um outro eu dentro de mim mesmo

No tempo certo devia ter dito que te amava. Não estávamos preparados para ser felizes juntos, provavelmente hoje nem amigos seríamos. Mas quis juntar os teus aos meus lábios - uma única vez, não interessa. Um derradeiro primeiro beijo que valeria por toda uma vida.

Uma questão de tempos verbais

Há uma frase de Motorway to Roswell dos Pixies que me vem perseguindo nos últimos dias: I was feeling down. Com o verbo no presente do indicativo.

19.7.06

He tried so hard but he could not make it

Last night he could not make it He tried hard but could not make it Last night he could not make it On a holiday For many miles Looking for a place to stay Near some friendly star He found this mote And now we wonder where we are How could this so great Turn so shitty He ended up in army crates And photographs in files His tiny boat Sparked as he turned to grazed our city I started driving on the motorway I was feeling down Last night he could not make it Last night he could not make And he came right now.
[The Pixies, Trompe le Monde, Motorway to Roswell]

Os seus actos estão favorecidos pelo destino

Em algum momento propício tive vontade de submeter o corpo à estrada e aos carros que nesse instante por mero acaso passassem. Pensei que alguém me dirigiria palavras bonitas entre as flores de um apoucado serviço fúnebre. Como, no entanto, a dor é sempre maior que a poesia, resta apenas um vazio no branco desta página e a poeira do silêncio.

18.7.06

100 anos de paixão: só eu sei porque não fico em casa #26

Hoje o Sporting e o jornal A Bola inauguram um busto de Joaquim Agostinho em L'Alpe d'Huez. Na curva 14, a curva do homem de Brejenjas.

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14.7.06

Towards a new paradigm of art


Depois dos ataques dos dias 11, em Nova iorque, Madrid e Bombaim, a arte só pode ser interventiva e provocadora se for desafiadoramente bela. A realidade não nos dá tréguas com o mau-gosto e a reiterada banalização do mal.

13.7.06

Acho que chove [e troveja]

A chuva cai aos poucos, quase abatendo a canícula, e traz aquele cheiro a ervas do monte. Foi debaixo dela que os meus olhos te viram, por detrás de paredes irredutíveis.

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11.7.06

Certezas

Há um momento fugaz, entre o décimo segundo e o décimo terceiro fino, em que tudo [mesmo tudo] são certezas.

O erro recorrente

Viu-o do outro lado da estrada, encolhido no carro do amigo. Sentiu o mesmo de sempre, uma felicidade incontida e um desejo pueril de o abraçar. Na noite anterior tinha-o visto como ele era dantes, numa cassete de vídeo reencontrada [um jogo de básquete que perderam mas onde tinham jogado tão bem]: alegre, querido, brincalhão, transbordante de carinho. Chorara a noite inteira. Queria ligar-lhe, falar com ele, amá-lo. E agora ele estava ali, a duas faixas de distância, a fazer de conta que ela não existia.

Julgo que foi assim que ela começou a pensar que o odiava. Ou a pensar que não o amava. Ou as duas coisas.

9.7.06

Adeus à selecção


[do seu melhor jogador de sempre]


[do seu melhor marcador de sempre]

7.7.06

Storia naturale del suonno

Deve haver sempre um equílbrio entre o sono e a vigília - uma forma escolástica de continuar com a vida sem que a noite cubra o olhar e o langor tépido dos ossos limite o movimento.

6.7.06

A antropologia e o rei


[O túmulo de Afonso I, Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra]

A antropóloga Eugénia Cunha, professora catedrática do Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra [e minha orientadora de doutoramento], dirige um projecto plurinacional [onde pontificam, entre outros, o historiador José Mattoso ou o antropólogo forense Miguel Botella] cujo intuito principal é a reconstituição do perfil biológico de D. Afonso Henriques. Esse mesmo, o primeiro rei de Portugal. A valia científica do projecto é, a todos os níveis, incomensurável. Os antropólogos não revolvem o passado e os seus despojos por anódina nostalgia ou patológica necrofilia, mas porque sabem que alguns aspectos pretéritos podem ser recuperados das furtivas reminiscências que os ossos em si cumulam. Há um ciclo que se reitera: os vivos pisam as lousas tumulares e, como escreveu Torga no seu diário, ligam-se organicamente aos seus mortos. Referenciam-se. Reconhecem-se nos espelhos de pedra que cobrem os antepassados.

A investigadora Eugénia Cunha obteve as autorizações da Diocese de Coimbra e da direcção-regional do IPPAR que viabilizou a realização do projecto científico que almejava reconstituir o perfil biológico do fundador da nacionalidade portuguesa. Acontece que a direcção nacional do IPPAR proibiu a abertura do túmulo [sito na Igreja de Santa Cruz, Coimbra], marcada para hoje [06-07-2006] às 17:00h. Até agora nenhuma razão válida foi adiantada para a decisão. Científica não deve ser: todas as técnicas seriam não invasivas, logo, não iriam pôr em causa a integridade dos restos ósseos do monarca. Restam as razões esotéricas, religiosas, políticas ou morais. E nós sabemos o que sucede quando os argumentos dessa natureza se interpõem no decurso normal da ciência.
Comunicado do IPPAR [no Público]
No decurso do projecto científico de investigação levado a cabo pela Universidade de Coimbra, com o objectivo de reconstituir o perfil biológico de D. Afonso Henriques, foi anunciada a abertura, para hoje às 17 horas, do referido Túmulo, no Mosteiro de Stª Cruz em Coimbra. Consultado o respectivo processo interno, constatou-se que não foram cumpridos todos os procedimentos adequados e necessários não tendo sido, nomeadamente, colhida a autorização da Direcção deste Instituto, nem da Senhora Ministra da Cultura, para a realização da referida exumação.Confrontada com o facto, a Direcção Nacional do IPPAR decidiu de imediato cancelar o referido acto e diligenciar no sentido de apurar os antecedentes relativos a todo este processo.

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Quem é que é a besta agora? [o dia seguinte]

E pronto, acabou. Puta da França. Puta do Zidane. Porque é que têm de ser sempre melhores que nós? Porque é que ontem tinham que ser melhores que nós? Porque é que foram cínicos, ainda mais cínicos que os italianos, no único jogo em que deviam ser uns almas de deus?
Sente-se um restolho de lágrimas pelas ruas. Uma tristeza indefinida mancha um ou outro rosto que passa. A certeza de que se acabou a esperança mas que se tem de continuar com outra coisa qualquer.

Quem é que é a besta agora? [a chorar]


Acabou. Obrigado.

5.7.06

Não digas a ninguém que eu te disse isto

Sei a verdade mas é como se não soubesse. É o problema das conversas off the record. Nunca existiram.

Estéticas da morte #seis

Há um rosto de mães enfermas neste final de tarde. Há uma melancolia de cancro pressentido. Os filhos choram nos braços que cobrem as metástases. São pequenos e hão-de viver. Elas não.

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Do que eu gosto mesmo é de dormir

É óbvio que numa cama não se dorme em pé. Numa cadeira também não. Numa missa pode dormir-se em pé -eu dormia e pelo que a minha irmã me dizia, até ressonava - mas com a quebra de assistências à eucaristia dominical é fácil encontrar um banco com encosto.

3.7.06

Ab absurdo

Acho possível que se não quiser mais que nada terei tudo aquilo que quero.

A filha do tatuador

Pediu ao pai um animal de companhia. Ele mesmo lhe tatuou um pequeno cão [dizem as más línguas que é um caniche] na fundura das costas, quando se insinua o desfiladeiro do rabo.

2.7.06

Um, dois, três. Quem é que é a besta agora? [Sempre em actualização até dia 9]


[O máior!]

"Virei-me para a bancada e ali fiquei, a olhar para um português, com um cachecol, perdido numa multidão de ingleses. Quando ele sorria, já percebia o que tinha acontecido. Nunca mais me vou esquecer daqueles momentos, nem da cara do adepto português. Tão pequenino no meio deles, mas a irradiar felicidade". [Record, 02-07-2006]