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11.7.06

O erro recorrente

Viu-o do outro lado da estrada, encolhido no carro do amigo. Sentiu o mesmo de sempre, uma felicidade incontida e um desejo pueril de o abraçar. Na noite anterior tinha-o visto como ele era dantes, numa cassete de vídeo reencontrada [um jogo de básquete que perderam mas onde tinham jogado tão bem]: alegre, querido, brincalhão, transbordante de carinho. Chorara a noite inteira. Queria ligar-lhe, falar com ele, amá-lo. E agora ele estava ali, a duas faixas de distância, a fazer de conta que ela não existia.

Julgo que foi assim que ela começou a pensar que o odiava. Ou a pensar que não o amava. Ou as duas coisas.