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6.7.06

A antropologia e o rei


[O túmulo de Afonso I, Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra]

A antropóloga Eugénia Cunha, professora catedrática do Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra [e minha orientadora de doutoramento], dirige um projecto plurinacional [onde pontificam, entre outros, o historiador José Mattoso ou o antropólogo forense Miguel Botella] cujo intuito principal é a reconstituição do perfil biológico de D. Afonso Henriques. Esse mesmo, o primeiro rei de Portugal. A valia científica do projecto é, a todos os níveis, incomensurável. Os antropólogos não revolvem o passado e os seus despojos por anódina nostalgia ou patológica necrofilia, mas porque sabem que alguns aspectos pretéritos podem ser recuperados das furtivas reminiscências que os ossos em si cumulam. Há um ciclo que se reitera: os vivos pisam as lousas tumulares e, como escreveu Torga no seu diário, ligam-se organicamente aos seus mortos. Referenciam-se. Reconhecem-se nos espelhos de pedra que cobrem os antepassados.

A investigadora Eugénia Cunha obteve as autorizações da Diocese de Coimbra e da direcção-regional do IPPAR que viabilizou a realização do projecto científico que almejava reconstituir o perfil biológico do fundador da nacionalidade portuguesa. Acontece que a direcção nacional do IPPAR proibiu a abertura do túmulo [sito na Igreja de Santa Cruz, Coimbra], marcada para hoje [06-07-2006] às 17:00h. Até agora nenhuma razão válida foi adiantada para a decisão. Científica não deve ser: todas as técnicas seriam não invasivas, logo, não iriam pôr em causa a integridade dos restos ósseos do monarca. Restam as razões esotéricas, religiosas, políticas ou morais. E nós sabemos o que sucede quando os argumentos dessa natureza se interpõem no decurso normal da ciência.
Comunicado do IPPAR [no Público]
No decurso do projecto científico de investigação levado a cabo pela Universidade de Coimbra, com o objectivo de reconstituir o perfil biológico de D. Afonso Henriques, foi anunciada a abertura, para hoje às 17 horas, do referido Túmulo, no Mosteiro de Stª Cruz em Coimbra. Consultado o respectivo processo interno, constatou-se que não foram cumpridos todos os procedimentos adequados e necessários não tendo sido, nomeadamente, colhida a autorização da Direcção deste Instituto, nem da Senhora Ministra da Cultura, para a realização da referida exumação.Confrontada com o facto, a Direcção Nacional do IPPAR decidiu de imediato cancelar o referido acto e diligenciar no sentido de apurar os antecedentes relativos a todo este processo.

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