<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5676375\x26blogName\x3dD%C3%A6dalus\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://daedalus-pt.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://daedalus-pt.blogspot.com/\x26vt\x3d5394592317983731484', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe", messageHandlersFilter: gapi.iframes.CROSS_ORIGIN_IFRAMES_FILTER, messageHandlers: { 'blogger-ping': function() {} } }); } }); </script>

31.3.06

Os papéis de Darwin


No interior de um livro de Charles Darwin, pertencente à biblioteca do Departamento de Antropologia da Universidade de Coimbra, encontrei uma interessante nota, escrita por uma, auto-definida, anónima:

"Amo-te! Mesmo anónima. Escondida. Fingida. Amiga. Conhecida. Simulada. Inventiva. Ocultada. Disfarçada. Amo-te pelo que és! Amo-te pelo que me dás! Amo-te pelo que me tornaste!"

Sou darwinista convicto mas era incapaz de escrever um bilhete assim ao naturalista inglês.

Etiquetas:

30.3.06

100 anos de paixão: só eu sei porque não fico em casa #16

Hoje vou comer lasagna verde [ok, vou provar um bocado pequeno de lasagna verde].

Etiquetas:

Ice Age 2


[O magnífico esquilo Scrat]

Realização: Carlos Saldanha
Com vozes de: John Leguizamo, Queen Latifah, Denis Lery, Ray Romano
Site Oficial: Ice Age: The Meltdown
Género: Animação
EUA, 2006
88 min

29.3.06

A tragédia do quotidiano

Ele era mais velho e amava-a. Matou-a com três tiros de caçadeira e matou-se de seguida com apenas um. Ninguém sabe porquê, nem eles que morreram.

Nas órbitas vazias dela remanesce um caos antigo de traição.

28.3.06

A heresia possível

Se foi – e tudo leva a crer que sim – o demónio que induziu Judas a entregar Jesus Cristo aos seus algozes na solidão do Getsemani, a nossa remissão não se deve, em parte, ao esmero de sedução do anjo caído?

27.3.06

Half the man

Ontem apeteceu-me roubar-te a palavra insípida, a inevitável combinação exterior de significados incompreendidos - alheios mesmo ao seu produtor. Antes jurei ser um homem que nunca termina uma palav.

24.3.06

Apologia do fracasso

Eu, como o Francisco, quando vejo futebol dispenso sermões e moralidades jesuíticas, do tipo Francisco Louçã a olhar de frente para as câmaras enquanto aponta o dedo a metade do mundo emerso. Sou um hooligan irresponsável, chamo nomes aos árbitros e às suas mães, sobretudo a elas, atento confiadamente aos recorrentes atropelos da verdade desportiva – mas só quando o Sporting é prejudicado – e sou engenhoso criador de penalties, faltas e foras-de-jogo contra os adversários da minha equipa. Por vezes, a irreflexão atinge patamares tão estultos que chego a escavacar de forma violenta e sádica elementos de mobiliário que me cercam naqueles momentos fortemente identitários da comunidade imaginada sportinguista, reificados num perspícuo penalti não assinalado, num fora-de-jogo encomendado numa mesa de restaurante ou num cartão vermelho milagroso e, como todos os milagres, falso, exibido a um qualquer jogador verde-e-branco. Mas isto, no fundo, itera a mentalidade de todo o amante da bola, seja ele sportinguista, portista ou academista. Todo o verdadeiro adepto é faccioso, selectivo, inconsciente, amoral.

Há, no entanto, um elemento característico do sportinguista médio, o cultivo sublime da estética do fracasso, que verdadeiramente norteia a identidade do melhor clube do mundo, construída sobre pesadelos e ruínas num esforço de superação que acaba quase invariavelmente no pó dos caminhos. Ganhar, no Sporting, é sempre mais difícil. E isso torna tudo mais belo.

23.3.06

100 anos de paixão: só eu sei porque não fico em casa #15


[Pepe mãozinhas e Olegário Benquerença, grande contratação de Primavera do FC Porto]

Mítica roubalheira... mais uma vez.

Etiquetas:

22.3.06

Le chat [o chato]


[Théophile-Alexandre Steinlen, Les deux chats, Leicester Galleries, London]

Na ânsia da perplexidade submete-se o olhar ao paradoxo: a exaltação desse animal, ao mesmo tempo tão selvagem e tão gay.

A mãe

Conheceu muitos homens, mas nas palavras onde os lia furtou-se sempre ao pecado.

21.3.06

The carnival is [not] over

We sat and watched

As the moon rose again

For the very first time

[Dead Can Dance, The Carnival is Over, Into the Labyrinth]

A verdade

A verdade - seja lá o que isso for depois do turbilhão dos pós-modernimos -, não raras vezes, remete quem a ouve para territórios esmaecidos, hostis, onde rapidamente são introduzidos em uma espécie de didáctica da injustiça: um repositório de momentos que, embora reais, são desagradáveis e iníquos. N'A Servidão Humana, de Somerset Maugham, a verdade quase aniquila Phillip quando ele apercebe definitivamente a sua diferença, reificada no pé boto e no sarcasmo infantil - e por isso mesmo, cruel - dos colegas do colégio. Não quero com este exemplo afirmar definitivamente que sou contra a verdade ou a sinceridade, apenas sinto que a verdade nem sempre é melhor que a mentira piedosa.

Sometimes

once divided...nothing left to subtract...some words when spoken...can't be taken back...walks on his own...with thoughts he can't help thinking...future's above...but in the past he's slow and sinking...caught a bolt 'a lightnin'...cursed the day he let it go...nothingman... nothingman... isn't it something?nothingman...she once believed...in every story he had to tell...one day she stiffened...took the other side...empty stares...from each corner of a shared prison cell...one just escapes...one's left inside the well...and he who forgets...will be destined to remember...nothingman... nothingman... isn't it something?nothingman...oh, she don't want him...oh, she won't feed him...after he's flown away...oh, into the sun...ah, into the sun...burn...burn...nothingman...nothingman...

20.3.06

100 anos de paixão: só eu sei porque não fico em casa #14


[Carlos Martins e Nani]

E vão 8!
FC Porto de Co Adriaanse: o próximo a cair, quarta-feira.

Etiquetas:

19.3.06

Limite do arco

De repente o turbilhão julga-me/os meus ombros no chão/podia ser feliz.

17.3.06

St. Patrick's day


Festeja-se com isto.

16.3.06

Não pude deixar de sentir nojo

Não pude deixar de sentir nojo. Digo-o sem remorsos: nojo. Há um véu incómodo na tua pele e eu não sou senão o injusto juíz da tua vida, alheado no subterrâneo onde o teu pecado há-de arder. Essa injustiça fortalece a minha iniquidade. E o carrasco sucede ao juíz sem que o notes - abre bem os olhos. Não há réstia de piedade nas minhas mãos antigas.

Busco a palavra inconsequente. Aquela que depois de proferida deixa tudo na mesma e que mesmo gritada na tua cara não agita um músculo que seja da tua impassibilidade.

15.3.06

Ir à pesca

Ontem, no terreiro da Erva, ouvi dois velhotes combinarem uma pescaria. Entusiasmados, que iam apanhar dos grandes. Acho que sorri, ou talvez não, também nem interessa para o caso. Provavelmente ri às gargalhadas. É que, quando vi o filme dos cowboys, do que gostei mais foi de assistir ao desmoronamento do significado de ir à pesca e apanhar dos grandes.

14.3.06

A prima Vera

Enfim retorna a maravilhosa época dos decotes em flor.

13.3.06

Os sibaritas da enxerga

Refira-se, a propósito, que não há maior prazer que desfazer uma cama bem feita.

12.3.06

A chave

As falhas de memória não são mais que breves elisões do conteúdo de um momento. Não creio que algum dia saberei o que se passou depois do café, quando me deste a mão e percebemos que não seremos mais os mesmos. Como diria Albert Camus [O Estrangeiro, pág. 50]: “Tomámos todos o café […] De seguida, não sei mais nada.”

10.3.06

100 anos de paixão: só eu sei porque não fico em casa #13


[Peyroteo, o maior]

Nasceu a 10 de Março de 1918 em Humpata, Angola. Exímio finalizador. Pontapé forte e colocado, tal como um excelente jogo de cabeça. Profundo conhecedor da movimentação do "avançado centro" dentro da grande área. Seis vezes melhor marcador do Campeonato Nacional. No dia 28 de Novembro de 1978, durante um jogo de veteranos disputado em Barcelona, Peyroteo sofreu uma lesão que acabou por ser fatal. Numa operação ao tendão de Aquiles foi vitimado por um ataque cardíaco e acabou por falecer, depois de já lhe ter sido amputada uma perna.

Lilith

És psicóloga ou psiquiatra, já nem sei. Sei que gostas de resolver as coisas no sofá. És tu que fechas os olhos, cinges os braços, abres as pernas e aconchegas o nosso desespero.

9.3.06

Encontra-me no quarto da pensão

Trabalho com o passado, talvez por isso lhe dê tanta importância, talvez por isso perca o meu tempo a resgatar subtis memórias das pedras pretéritas. A angústia de sofrer com o que já foi, apenas um vestigium vitae de aporias emocionais.

E quando as minhas mãos descem pelo ventre,
Eu já não sei por quem sou…

Nostalgia #2


[Belle, Sebastião e Putschi]

Ou como, apesar de tudo, não sou igual a todos os outros.

100 anos de paixão: só eu sei porque não fico em casa #12

Hmmm... Ah... Arrgh... Parabéns Benfica! [Vou lavar a boca, já volto...]

8.3.06

Perhaps

A Eugénia e a Ana disseram-me que eu sou muito bom a remexer o passado. Talvez porque vá sempre longe demais - é verdade. E gosto. O passado é recuperável. E isso, como agora, não é necessariamente bom.

A noite: Março

A noite é quase a mesma, aqui fora. A chuva vai nivelando os terrenos baldios em frente à casa branca. Limpa-me a face dos teus beijos e arrefece o sexo que amarelece o caudal das valetas.

I'm a boy in the bush

All the streets are crammed with things
Eager to be held
I know what hands are for
And I’d like to help myself
You ask me the time
But I sense something more
And I would like to give
What I think you’re asking for
You handsome devil
Oh, you handsome devil

Let me get my hands
On your mammary gland
And let me get your head
On the conjugal bed
I say, I say, I say

[The Smiths, You handsome devil, Hatful of Hollow]

7.3.06

Transparência


[New York Office, Edward Hopper, 1962, Museum of Fine Arts, Montgomery US]

Cresces, isolada na transparência, furtiva. A cortina do duche desampara o meu olhar e o teu pensamento ausenta-se no corredio de água. Em que pensas? Talvez no acaso das águas que não tocam o chão ou no odor persistente do shampoo. Em que penso? Em ti, oculta na penumbra transparente do banho.

6.3.06

Statement

Gosto sobretudo das pessoas no inverno, quando estão mais tristes e, nos peitos em ruína, se nota bem demais o coração esmaecido.

Adieu


[Corto e Pandora em A Balada do Mar Salgado de Hugo Pratt]

Etiquetas:

Voltar a casa

Os primeiros anos são sempre os melhores: as putas são frescas e o dinheiro custa menos a perder. Agora os dedos tremem cada vez mais e as ruas desconfiam que eu e elas – as minhas putas – pertencemos a uma mesma pátria, reduzida a uma miniatura, onde cresce a delicadeza da inutilidade. A minha morte será a saída discreta, e mesmo digna, deste algar indizível. Serei um morto apaziguado, fora de uma intimidade desapiedada que já não me estilhaça nem perturba. Sem significado nem contrição e, enfim, sem angústia.

3.3.06

CEI



Este registo é, verdadeiramente, uma antologia de existências, um breviário de vidas condensadas em linhas registadas em tons explícitos, diligentes, de eficiência burocrática.

2.3.06

Excursões para o impossível

“[…] é natural que pense nos meus antepassados, já que tão perto estou da sua sombra, já que de algum modo sou eles.”
Jorge Luís Borges, O Aleph, 1976: 89


O mutismo solidário das testemunhas incita a utopia: cria atalhos para o irrecuperável e fende o véu da morte. E, no entanto, o interlocutor não escapa ao espanto do seu toque e crê que é o primeiro homem que morre.

Etiquetas:

1.3.06

Pedro, o Grande

Upside down

O plátano morreu nos meus olhos, ele que estava lá para sempre, imóvel, comendo os dias, espalhando pelas minhas mãos o restolho botânico dos outonos. O plátano morreu e agora quando a morte regressar ao pátio virá por mim.