Voltar a casa
Os primeiros anos são sempre os melhores: as putas são frescas e o dinheiro custa menos a perder. Agora os dedos tremem cada vez mais e as ruas desconfiam que eu e elas – as minhas putas – pertencemos a uma mesma pátria, reduzida a uma miniatura, onde cresce a delicadeza da inutilidade. A minha morte será a saída discreta, e mesmo digna, deste algar indizível. Serei um morto apaziguado, fora de uma intimidade desapiedada que já não me estilhaça nem perturba. Sem significado nem contrição e, enfim, sem angústia.
<< Home