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28.4.06

Humor pós-25 de Abril [com laivos de mau gosto, but who cares?]

Porque é que o Salazar andava sempre com a mão metida na algibeira?
Para manter a dita dura.

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24.4.06

Hoje!


6 feet under, na 2:

21.4.06

Espírito

No canto da mesa, o copo vazio e o olhar envelhecido. Agora estou cada vez mais perto de Deus, gosto de ajudar os outros, até vou à missinha. Quando lá estive [na guerra] conheci o Inferno e o demónio. E não gostei nem dum nem doutro. Uma réstia de luz submergiu a conversa. Alguém encheu de novo o copo, em compasso lento. Como se aquilo tudo fosse apenas um capricho da aguardente.

20.4.06

Just love it

Nada

Tudo está feito e continuamos sós. Mas ainda fui a tempo de sentir o cheiro doce da ausência. Um passo, cansa o último chão que pisaste.

19.4.06

In memoriam


[Vai fazer exactamente 500 anos, nos dias 19, 20 e 21 de Abril, que um cataclismo se abateu sobre Lisboa. Durante três dias, em nome de um fanatismo sanguinário, mais de 4 mil pessoas perderam a vida numa matança sem precedentes em Portugal. Existe, pois, uma história do sofrimento, uma história dramática em que o horror individual se coliga com os sentimentos colectivos. O meu Rossio da memória é aqui.]

18.4.06

A cidade vaga

O novo blogue do Miguel Cardina, ou a imprecisa melancolia da beleza em cascatas de ternura.

100 anos de paixão: só eu sei porque não fico em casa #19


[Uma mansão de sonho...]

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14.4.06

Vamo' lá fazer o logout...

Que já estou a pecar.

Good Friday


Afinal, Judas era um gajo porreiro.

13.4.06

Se me procurares

Talvez já não me encontres se me procurares nos desvões do que restou.

12.4.06

História natural do amor

Foi decerto difícil para ele receber, digerir, a notícia. Catarina morrera na cadeira do jardim, nos fins da tarde, enquanto lia a Histoire naturelle de Buffon. Le Comte e as suas excêntricas concepções da natureza do mundo e do homem aniquilaram aquela alma inapelavelmente crente, católica e submissa.

Ele começou a ler a Bíblia [a de Lutero, de 1574, publicada em Frankfurt]. Queria experimentar o que Catarina sentiu antes de partir. Não morreu - o coração, que sobreviveu ao Génesis, aos Salmos, aos Gálatas e ao Evangelho de Marcos, apaziguou-se. As palavras de Buffon, tautológicas, não eram mais que a ruptura moral com algo - julgava agora - intrinsecamente perfeito.

Antes de fecharem, nas suas costas, as portas do mosteiro, julgou ainda ver a tessitura derradeira de uma escada de homens.

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11.4.06

Darwinismo antes de Darwin

Muito antes de Darwin embarcar no Beagle já S. Francisco de Assis tratava os animais como seus irmãos, reconhecendo-lhes uma origem igual à sua.

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À bruto

Sempre achei que devia haver algo de errado nas cidades em que os estudantes gostam de imitar estudantes que gostam de andar vestidos à padre.

10.4.06

100 anos de paixão: só eu sei porque não fico em casa #18

Perdemos o jogo do ano. Eu sei, eu sei muito bem disso. Estou quase atolado na merda de uma derrota, ainda procurei uma faca afiada para trinchar os pulsos mas a única que encontrei não corta sequer os miasmas espessos e fétidos que adornaram o meu quarto na instintiva reclusão pós-alvalade. Por vezes uma derrota pode ser melhor que muitas vitórias. Manifestamente, não foi o caso. Continuo a achar que o Sporting é o melhor clube do mundo. Obrigado por nada. Mais uma vez.

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6.4.06

Palavras desejadas

Encontro.

5.4.06

Ubiquidade

Há uma dor de não ter. Por isso escolhemos. E nem sempre é a melhor. A escolha.

4.4.06

Agora a sério, feliz


O sol cresce, indignando a melancolia esparsa da tarde. Tudo é mais fácil contigo, o sonho de todas as noites - cumprido nos meus olhos.

Apesar de ti, feliz

Espero por uma espécie de silêncio [Sophia]: todos os teus amigos se riem de nós, não consigo parar de olhar para o chão enquanto eles se sentem enojados pela minha ridícula presença na sala pontuada por caras indecifráveis, intermináveis. Quanto tempo tenho de esperar para to dizer? Não estou para aturar os bois dos teus amigos [de cabelo escorrido, oleoso], não gosto do Bansky nem do Schiele – esse cabrão de merda –, nem das putas das tuas amigas, não suporto que me digam que o futebol não é arte e que o Lichtenstein vale mais que o Maradona. Puta que o pariu, é o que vale. Eu é mai’ bola, sabes? Tudo em mim denuncia o empedernido filisteu: a roupa, espampanante, de marca [toda da Dolce e Gabbana, como o Ricardo Quaresma], o desprezo pelos filmes franceses, pelas exposições de arte e museus [excepto o do Benfica, no estádio da Luz], a olhadela quotidiana aos Morangos com Açúcar, o insondável propósito de boçalidade na linguagem. O que vale é que sou feliz.

3.4.06

Arrependimento

A roupa inadequada, sim, porque não sou a Maya e algumas nuvens pastavam o azul restante do céu, denunciando o mau tempo. Não se cumpriu um pressentimento antigo e, debaixo da roupa, sufoco de arrependimento.

2.4.06

100 anos de paixão: só eu sei porque não fico em casa #17


[Liedson]

Resolveu!

Guimarães-0 : Sporting-1

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