John Edwards
John Edwards afastou-se da disputa para a nomeação do candidato democrata às eleições para a presidência dos EUA. As propostas do ex-senador da Carolina do Norte eram, relativamente aos projectos e concepções políticas de Barack Obama e Hillary Clinton, as que se dispersavam de forma mais explícita na paisagem ideológica da esquerda. Por isso, e apenas por isso, Edwards era o meu candidato preferido. Muitos apoiam Obama só porque é negro (de acordo com o maradona, Barack Obama podia também ser o primeiro presidente branco do Quénia), outros tantos apoiam Hillary só porque é mulher. Confesso que gostaria muito de ver uma mulher ou um negro (ou um asiático, ou um homossexual, ou um nativo-americano, ou um chicano...) como presidente dos Estados Unidos. Mas apenas porque são negros ou mulheres? Não. Se assim fosse estaria a fazer tabula rasa de uma parte da equipagem ideológica e moral das ciências sociais: ver além da cor da pele, ver além do género. Mesmo que isso signifique apoiar a pessoa (temos que perceber definitivamente que é de pessoas que falamos e não de brancos e negros, mulheres e homens) com o fenótipo do "opressor" tipificado: homem, branco, cristão. Edwards é muito mais que isso e representava muito mais que o idealismo vácuo de Obama ou a experiência ancorada ao sistema de Hillary. Desistiu, pronto. Life goes on. Eu nem sequer sou americano, porque é que a minha opinião sobre este assunto haveria de ser do interesse de alguém? Mesmo não interessando, sempre digo que agora serei por Barack Obama ou por Hillary Clinton: muito melhores que qualquer um dos candidatos do outro lado.
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