São sete dias, sete
O extermínio deliberado, parcial ou total, de uma comunidade, grupo étnico ou religioso – genocídio, que há quem trate as coisas pelo nome – do povo de Darfur parece que só agora se vai visibilizando no selectivo olhar de activistas e media internacionais. Um corpo no Darfur é quase invisível, a carnificina improvável e pouco noticiada. E, no entanto, neste apocalipse no vácuo, neste cenário abominável e quase sem testemunhas, já morreram mais pessoas que nos conflitos do Ruanda, Balcãs e Chechénia amalgamados. O Darfur é somente a ponta do icebergue desértico de uma gigantesca ablação de vidas, modos de ser e esperança, cujo descomunal palco é o Sudão, quase toda a África.
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