<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5676375\x26blogName\x3dD%C3%A6dalus\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://daedalus-pt.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://daedalus-pt.blogspot.com/\x26vt\x3d5394592317983731484', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

1.11.10

Passeio Público

{Violência, condescendência}
A violência não é uma saída discreta (ou desejável) para o mar de frustrações que atormenta o tipo humano médio. Perante uma adversidade maior, ou uma discussão veemente, nem sempre é fácil contestar a pulsão ancestral, atávica, implantada nos meandros mais obscuros da nossa mente, que segue preferencialmente a via dos punhos ao invés do caminho dos mansos e das palavras de apaziguamento. Naturalmente, a moral e a lei existem também para contrariar esses caprichos – ou tiranias – da “natureza humana”. Quando caem as muralhas éticas o resultado é, o mais das vezes, assustador.

A fria atenção do mundo aos fenómenos crescentes de violência injustificada nem sequer é surpreendente (afinal, o que interessa verdadeiramente à plutocracia pós-moderna é o frenesim dos mercados); todavia, parece-me importante reflectir sobre situações concretas que justapõem um véu sombrio sobre eventos facilmente descritos como “festivos”.

É o caso da Latada, em Coimbra, e do “imprescindível” episódio de violência que todos os anos aformoseia a festa académica. Um relato prévio, à laia de contexto. Na última Queima das Fitas, durante o Cortejo, assisti desgostado a uma cena de pancadaria digna de filme americano (sem desmerecer Bud Spencer ou Terence Hill), envolvendo uma dezena ou mais de pessoas. Nunca saberei realmente o que se passou naquela tarde de Maio, o que determinou aquela dissonância física, mas recordo bem a apatia de dois agentes da Polícia de Segurança Pública que, naquele momento crítico, desprezaram por inércia a segurança e o público.

Já esta semana, na Latada, o arroubo violento foi similar: foram agredidos cinco estudantes com “navalhas e soqueiras”. Ah!, país de brandos costumes. A segurança privada não viu, a polícia chegou tarde e Miguel Portugal garantiu que o que aconteceu no recinto poderia ter acontecido noutro sítio qualquer (Charles de la Palice abençoaria, seguramente, a lucidez do presidente da DG/AAC). A colossal condescendência das estruturas de poder (no caso, a polícia, a segurança privada e a direcção da AAC) perante a derrocada da razão não é mais do que um sintoma geral de fraqueza da democracia.
{29/10, no Jornal de Notícias}

Etiquetas: ,