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4.8.09

Passeio Público

(Intriga e política)

Um cidadão comum com a escolaridade obrigatória não tem que se pôr a pensar sobre todas as coisas; pensando bem, nem a isso está obrigado um político ou um funcionário do estado com as mais altas responsabilidades. É, por isso, com algum desconforto que, por agora, desisto de reprovar (com toda a veemência necessária) a indiferença da Estradas de Portugal (EP) perante a morte recorrente de pássaros que embatem com os painéis acústicos da Ponte Rainha Santa, em Coimbra. Menciono o caso, não para me certificar que algo irá ser feito pela EP de modo a reduzir ao mínimo aceitável o genocídio aviário, mas para esconjurar a má consciência e adoptar, pelo menos, uma postura de resistência passiva perante a situação.

De qualquer forma, o estado a que chegou (sendo este “estado-a-que-chegou”, ele próprio, uma instituição) a política em Portugal não permite grandes devaneios à volta de aves e pontes, que não sejam aqueles que nos afoitam a saltar (a voar) dessas mesmas pontes para o suicídio colectivo enquanto país. Não é caso para menos: a historieta que envolve o Bloco de Esquerda (BE), o Partido Socialista (PS) e Joana Amaral Dias, antes de ser uma imbecilidade terceiro-mundista, é a prova cabal de que em Portugal se confunde, mais vezes do que seria desejável, a política com a intriga. Tudo isto num momento de crise, quando o que se faz (e o que se diz) deveria apoiar-se em princípios de responsabilidade.

As acusações feitas ao PS são duras. Envolvem ofertas obscuras de um lugar elegível na lista por Coimbra ao Parlamento e cargos honoríficos no novo governo; ofertas recusadas, afinal, por Joana Amaral Dias. Na realidade, ninguém parece interessado em confirmar, ou infirmar (excepto José Sócrates, Vieira da Silva, Paulo Campos e Vítor Baptista), as pretensas manobras dos socialistas junto da bloquista – mas essa é uma responsabilidade do BE, que aqui toma o papel do acusador.

De um lado, a lisura cartográfica de Francisco Louçã, rescendendo a sermões e moralidades jesuíticas; do outro, a presumida conduta de altos dirigentes socialistas, subordinados à divulgação dos desmentidos. Tudo se resume a acusações para as quais não há defesa possível; o boato é de tal modo reprovável que muito dificilmente surgirão provas palpáveis que o confirmem. No final, será como nos tempos negros da Santa Inquisição: uma vítima inocente sempre há-de arder na fogueira.

(31/07, Jornal de Notícias)

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