<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5676375\x26blogName\x3dD%C3%A6dalus\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://daedalus-pt.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://daedalus-pt.blogspot.com/\x26vt\x3d5394592317983731484', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe", messageHandlersFilter: gapi.iframes.CROSS_ORIGIN_IFRAMES_FILTER, messageHandlers: { 'blogger-ping': function() {} } }); } }); </script>

26.2.09

Passeio Público

(Reconversões forçadas)

O passado, aquilo que nos resta, luta invariavelmente com o esquecimento. Há muitos anos, talvez demais, que se escreve teimosamente sobre o destino do antigo Teatro Sousa Bastos, na alta de Coimbra. Talvez as palavras não distingam o desejo íntimo daqueles que não querem perder o seu próprio passado, Sousa Bastos incluído, daqueles que lutam pela história que persevera ainda em cada memorável edifício que tolera o “progresso”, as “remodelações”, e as “reconversões”, o que, para o caso, pouco importa – no fim, todos correm para o mesmo lado.

A ruína tranquila do Sousa Bastos conheceu recentemente o seu destino: vai ser “transformado” numa residência aberta a estudantes e turistas. Não será convertido num “hotel de charme”, ou num prédio de habitação, mas numa “unidade de alojamento local”, com centro de convívio, espaço para associações culturais e 35 quartos para estudantes integrados no programa Erasmus.

De resto, recordamos o final garantido pelo IGESPAR ao antigo convento de São Domingos (datado do séc. XIII), situado sob a Avenida Fernão de Magalhães, e louvamos a sorte do edifício do Teatro Sousa Bastos. Apesar de tudo, a “reconversão” é preferível à obliteração - e uma “unidade de alojamento local” sempre garante a dignidade que um parque de estacionamento não possui.

Os cães de Deus não guardam os seus. Uma simbiose perfeita entre o reordenamento urbano e o património histórico edificado parece ser uma utopia. É algo que, nas palavras do subdirector do IGESPAR, João Cunha Ribeiro, se situa no “domínio do absurdo”. É possível. As utopias são “tigres no papel” e perigosos desvios da normalidade do “progresso” que, como bem sabemos, passa pela construção de mais parques de estacionamento.

À primeira vista, as coisas parecem claras: na balança da realidade, pesa mais o futuro que o passado, e mais o “progresso” que a memória. Não esqueçamos, porém, a rigorosa irreversibilidade das decisões tomadas no presente. O que decidirmos apagar agora, não mais voltará.
(Ontem, 25/o2, no Jornal de Notícias)

Etiquetas: ,