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9.12.08

Passeio Público

(Os ratos)

Dos ratos diz-se, não sei se com alguma razão, que são os primeiros a abandonar o barco. Foram eles (e as pulgas; e a Y. pestis; e a ignorância) os responsáveis por milhões de mortes durante o séc. XIV e seguintes, quando a Peste Negra dizimou uma parte substancial da população europeia. Eu não gosto de ratos – prefiro o Tom ao Jerry, e o Donald ao Mickey. Detesto cobras, cultivo mesmo uma aversão irracional a essas criaturas amputadas, mas gosto ainda menos de ratos.

A selecção natural contribui para a disseminação dessas alimárias felpudas e sujas (aliás, repugnantes), quando devia coadjuvar a sua eliminação. Não sei se a Bíblia os amaldiçoa mas, se não for esse o caso, devia fazê-lo. De preferência, através das vozes eficazes dos profetas ou de uma epístola de S. Paulo.

Em poucas palavras: o homem, auto-presumido feitor do mundo, devia fazer tudo o que está ao seu alcance para afastar de si o malquerido roedor. Por vezes o homem faz umas coisas, arma ratoeiras e distribui veneno, sempre de forma liberal e pródiga, mas nunca é suficiente. Os ratos nascem mais depressa do que morrem; reproduzem-se como coelhos, diz-se, o que é uma asneira porque os velhacos são mais expeditos e resolutos que os simpáticos orelhudos de olhos afogueados.

E assim se chega onde se quer chegar: um infantário de Coimbra, localizado na Casa Branca, foi encerrado temporariamente por causa de uma invasão de ratos. Mesmo ao lado do infantário, num terreno especialmente propício, atravancado de silvedos e automóveis abandonados, multiplica-se, irrestritamente, o pernicioso murídeo. O terreno pertence à Câmara Municipal de Coimbra, que o dispensou à PSP. A situação configura, absolutamente, um caso de polícia.

Os miúdos de hoje já nem sabem muito bem o que é a “natureza” mas, valha-nos o bom senso, existem maneiras preferíveis de lhes apresentar os encantos do mundo animal. Levá-los ao Jardim Zoológico, por exemplo. A verdade é que o zoo se transferiu para o infantário. Mas, infelizmente para todos, sem os leões, as girafas e os ursos. Só os ratos. Com as pulgas e as doenças que eles adoram transportar gratuitamente.

Desconheço as razões da existência de um depósito de viaturas abandonadas junto a um centro infantil. São coisas que não combinam, como a gravata às riscas com a camisa aos quadrados. É talvez necessário conhecer esta verdade essencial. Para que, da próxima vez, se mantenha afastado o que não deve andar por perto.
(Quarta-feira, 03/12, no Jornal de Notícias)

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