A gramática de Orlendorf
(Théodore [Jean-Louis-André-] Géricault, A fábrica de cal, circa 1821/22, Paris, Musée National du Louvre)
A casa engole as pessoas, é isso que ela faz embora imóvel e de cores desbotadas; jura fidelidade ao corpo embotado em camisas e saias díspares, desconjuntadas, tremidas; solenidade em falso; romaria a santo inexistente. A casa guarda os restos de um passo molhado, incerto, de águas caídas pela dor; divide a respiração partilhada das camas (de calor doce) como se o seu feito maior acabasse sempre em manhãs solitárias. Eu sei que tudo isso é possível, a chuva limpa a noite, prepara a estrada para todos os amanhãs - tudo isso é possível.
Etiquetas: devaneios, pintura, Théodore Géricault
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