<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d5676375\x26blogName\x3dD%C3%A6dalus\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://daedalus-pt.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://daedalus-pt.blogspot.com/\x26vt\x3d5394592317983731484', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe", messageHandlersFilter: gapi.iframes.CROSS_ORIGIN_IFRAMES_FILTER, messageHandlers: { 'blogger-ping': function() {} } }); } }); </script>

18.9.08

Passeio Público

(Vocês sabem do que é que eu estou a falar)

Existe um desastroso conúbio entre o poder autárquico, as grandes empresas de construção civil e o futebol – refiro-me, obviamente, a uma fracção (não desprezível, porém) destes “sustentáculos” da sociedade e não a todos os seus agentes. Os propícios enleios e amplexos entre os três universos (aparentemente tão distantes) são conhecidos, falados e até criticados.

Mas, porque nem tudo neste mundo é perfeito, prospera ainda o impudico salsifré que confunde os gestos das câmaras municipais com as aspirações das construtoras e dos clubes de futebol e até a expectativa dourada dos apitos das investigações policiais empalidece a cada dia que o calendário suprime.

Vem esta prédica a propósito de quê? Na última reunião quinzenal da Câmara Municipal de Coimbra (CMC), o vereador Horácio Pina Prata demonstrou a sua inquietação relativamente a uma série de contradições e incoerências relativas ao urbanismo da cidade, tendo deduzido a existência de especulação imobiliária com justificações pouco transparentes. O presidente da Câmara, Carlos Encarnação, foi directamente visado pelas críticas de Pina Prata.

Na sequência desta denúncia, a Polícia Judiciária decidiu auscultar o vereador, ao abrigo de uma inquirição preventiva, com o intuito de coligir possíveis indícios da prática de crime. Como é evidente, nem todos sabem do que fala o vereador. Para um qualquer habitante da cidade, assim como para as autoridades policiais, a celebre frase de Octávio Machado não passa de um estribilho vazio e oco. As acusações, tão graves quanto surpreendentes, não podem deixar de ser substanciadas.

O anterior número dois do executivo excitou suspeitas dolorosas e adiantou um culpado. Agora, Pina Prata não pode voltar atrás, não pode guardar as respostas possíveis para um dia mais tarde. Nunca é o silêncio que se faz ouvir. O vereador tem que provar o que diz – senão, perde-se irremediavelmente na capa sombria da hipocrisia. E, sobretudo, arruína de forma extemporânea o íntimo desígnio de se candidatar à Câmara Municipal nas eleições autárquicas do próximo ano.
(Ontem, 17/09, no Jornal de Notícias)

Etiquetas: