O dia em que o rei [não] morreu
1908. Those were the days. Perpassava então, na "voz da maledicência"*, a ideia de que o rei D. Carlos vituperava o país, chamando-lhe "piolheira". História apócrifa, certamente. Alfredo Gallis, insuspeitado opositor do monarca, reagia mesmo à anedota com um irónico "mas isso não está definitivamente averiguado"*. Mesmo assim, o zunzum passou indolentemente à história da nação como facto vero e confirmado. E ainda há quem se insurja com tão grosseiro desprezo por Portugal. Isto dito, não me interessa saber se D. Carlos disse ou não que o país era uma piolheira: é que se o tivesse feito, estaria apenas a dizer a verdade.
*Rui Ramos. 2006. D. Carlos. Mem Martins: Círculo de Leitores [5* até à pág. 149, o resto ainda não li]
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