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25.8.03

Ah Trotty... Será que tinhas razão?

Fruindo a modorra numa cidade entorpecida pelo dolce far niente de Agosto, peguei na mana e nos dois primos e persuadi-os a rumar ao cinema. A escolha recaiu sobre Inocente ou Culpado? (uma tradução feliz do título original: The life of David Gale), uma narrativa competente, holywoodesca, que, de acordo com um crítico da praça nacional, peca pelo excessivo sectarismo anti-pena de morte. Não vou aqui discutir a qualidade do argumento, da fotografia ou da realização; ou mesmo relembrar o tal comentador do facto da cinematografia neutra e acrítica ser apanágio da filmografia ortodoxa provinda de Holywood, o que normalmente a predispõe a ser por isso criticada pelos entendidos nacionais.
Não. Quero rememorar somente que a Lei de Talião, escrupulosamente observada, com variantes religiosas e culturais, por fanáticos defensores da pena de morte nos Estados Unidos da América, na China, na Nigéria, em Cuba, em Israel (aqui de uma forma mais encoberta, ou talvez não) ou no Paquistão, rege sistemas judiciários que pretendem castigar o homicídio (quando não o roubo de um mísero quilo de arroz) com outro homicídio. Lembram-se de uma passagem em O Retrato do Artista Quando Jovem de Joyce, quando o reitor do colégio prelecciona as virtudes do cristianismo e discorre sobre as penas eternas no inferno? Esta mesma: “[…] foi preso […], escarnecido como um louco, posto de lado para dar lugar a um ladrão vulgar, flagelado com cinco mil látegos, coroado com um coroa de espinhos […]. E contudo, mesmo então, nessa hora suprema de agonia, o nosso piedoso redentor apiedou-se do género humano”. Falava de Jesus, o filho de Deus. Talvez por isso ele pudesse perdoar. Por ser filho de Deus e ele próprio Deus.
E nós? Nós não perdoamos!, nós matamos quem mata! “Somos maus”, nós, simples humanos, reflectia pesarosamente Trotty Veck nas frias ruas da Londres de Dickens.