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30.4.09

Passeio Público

(Margem esquecida)

Não sei se a “paciência” poderá contar-se entre as virtudes que engrandecem as mulheres e os homens contemporâneos. Na palavra “paciência”, mais do que a fidelidade de Job, ressoam a passividade e a inércia; de resto, parece-me bem que nem todos se sujeitem ao que lhes mandam os deuses, os demónios e, de um modo geral, os influentes e poderosos deste mundo.

Pó, lama e atroadas devastadoras. É com isso que contam os moradores de Santa Clara e São Martinho do Bispo. As obras do IC2, para além de apagarem uma parte do Choupal, destroçam os dias, a paciência e as casas naquelas zonas tão perto de Coimbra. A Câmara Municipal de Coimbra e a Junta de Freguesia de Santa Clara, através dos respectivos presidentes, fazem o que lhes compete: culpam as Estradas de Portugal ou asseveram que nunca ouviram qualquer crítica às obras. É obra!

O destino da margem esquerda acha-se no valado dos esquecidos. Infelizmente, o Portugal dos Pequenitos e o renovado Convento de Santa Clara-a-Velha são apenas uma porção infinitesimal da margem esquecida: os ensejos cumpridos de uma proposição geral por cumprir. Álvaro Seco, vereador socialista, tem a razão do seu lado, e também os factos: a margem esquerda tem sido esquecida por todos os executivos camarários, desde sempre. Desde Santa Clara até Arzila.

Não é um Centro Comercial de estética atroz que resolve os problemas da margem esquerda. Nem mesmo uma estrada nova. Aquela zona do concelho de Coimbra carece de um plano global de desenvolvimento. Necessita, sobretudo, que esse plano seja aplicado até ao fim.

O alcatrão rebentado, a poeira no ar, o ar desgastado e vagamente selvagem. A porcaria não é apenas a soma do lixo com que adornamos as margens da nossa existência; é, igualmente, qualquer coisa fora do seu lugar. E há muitas situações em que tudo, ou quase tudo, é forçado a abandonar o seu lugar próprio: é quando o quotidiano se transforma numa porcaria.
(Ontem. 29/04, no Jornal de Notícias)

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