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13.11.08

Passeio Público

(Uma cidade geriátrica)

Coimbra é um burgo envelhecido. O mais avelhentado do país, ou o “menos jovem”, de acordo com o “Atlas das Cidades”, um documento que veicula alguns dados estatísticos referentes aos últimos censos, realizados no ano, não tão longínquo, de 2001.

Por vezes parece que não (afinal, a cidade encontra-se bem abastecida de jovens estudantes), mas é cada vez mais difícil subestimar os dados oficiais, científicos, burocraticamente recolhidos, que nos avisam e advertem quanto a uma matéria que vem satisfazendo, ao longo das últimas décadas, as instrutivas discussões dos demógrafos: o envelhecimento da população europeia e, por extensão, da população portuguesa.

É certo que se podem identificar, genericamente, dois factores que contribuem para esta tendência demográfica: o decréscimo acentuado do número de nascimentos e o aumento da esperança média de vida. Ou seja, se por um lado, nascem menos crianças e se acrescenta menos verdura à pirâmide etária; por outro lado, cresce o número de pessoas que chegam a idades mais avançadas. Esta conjunção de factores reflecte-se, obviamente, no índice de envelhecimento das populações.

Coimbra, precocemente amparada por estabelecimentos hospitalares de qualidade comparativamente superior às instituições similares no resto do país e relaxada na sua religiosidade pelos valores humanistas da Universidade, experimentou, mais cedo que a maioria dos restantes distritos portugueses, um decréscimo da natalidade e um incremento da esperança de vida. Em poucas palavras: a sua população começou a envelhecer mais cedo que em outras cidades de Portugal.

Actualmente, o problema é mais grave. O envelhecimento da cidade não é só uma consequência de duas forças em oposição, nascimentos vs. esperança média de vida. É, também, ou sobretudo, uma das sequelas da inaptidão de Coimbra para fixar os (poucos) jovens que nela nascem e os (muitos) jovens que nela estudam; e da incapacidade económica para atrair imigrantes.

As oportunidades de emprego são uma fantasmagoria e os preços da habitação uma porcaria. Os jovens finalizam os seus cursos e migram para a capital do império. A cidade não quer saber deles para nada – os senhores autarcas ainda menos. Afinal, os jovens partem todos os anos mas outros os substituem. Contingências da vida. O envelhecimento não é uma opção. É um compromisso que embarga, por algum tempo, o fim da existência.
(Ontem, 12/11, no Jornal de Notícias)

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