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30.10.08

Passeio Público

(Das trevas para a luz)

Alguns acontecimentos recentes, dos quais não darei conta aqui, e alguma curiosidade natural, conjuraram-se para que enfim me tornasse um leitor, agradavelmente fortuito, da obra de Paulo, o apóstolo “investido” na estrada de Damasco. Uma meditação vigilante e apaziguadora, disposta na epístola aos Romanos, atenua o ardor da náusea e o sufoco insultuoso da escuridão: «A noite é passada, e o dia é chegado; dispamo-nos depois das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz.»

Não devendo aos céus nenhuma exegese atormentada, admito que as palavras de Paulo servem apenas para me situar afectivamente em relação à tão celebrada crise financeira internacional que, seguramente e para o mal, vai molhar tudo e todos. O mote é auspicioso: a estrada continua escura demais, mas, ao longe, vêem-se já as luzes de presença de algum hotel de camionistas. Para dizer a coisa em poucas palavras: isto há-de passar. A crise económica, o desemprego, o preço do gasóleo, a desigualdade social. Até porque o nosso país não é de acompanhar facilmente as tendências e as disposições «internacionais» – as boas e, valha-nos isso, também as más.

Nestas alturas lembro-me muito das campanhas eleitorais. Daquelas semanas salvíficas, assemelhadas ao paraíso, em que as grandes cabeças do país debitam as grandes ideias que vão finalmente livrar Portugal da ancestral desventura que o acomete desde os dias secessionistas no paço de Guimarães.

As promessas fazem-se aos eleitores e não aos santos. E, naquelas duas semanas, os eleitores acreditam (não há remédio) que os políticos são santos. Mais crescimento, mais emprego, mais justiça social. É certo que se recordam, ainda, da grande promessa de José Sócrates na última campanha eleitoral: cento e cinquenta mil novos empregos até ao final da legislatura. Um compromisso de execução intrincada, agora atrapalhado pela «crise económica mundial» – que, presumo, servirá de bode expiatório para tudo o que de ora em diante correr mal.

A jura de criação de empregos acompanha, também, o projecto Coimbra Inovação Parque (iParque). Apesar da conjuntura nacional de contracção no emprego qualificado, os responsáveis do iParque assumem que a criação desse tipo de emprego se dispõe como uma das matrizes essenciais do parque tecnológico.

Numa cidade que tem sido impossibilitada de crescer economicamente, muito por culpa da sobranceria autárquica (mas também do desprezo a que foi votada pelos sucessivos governos), o iParque anuncia a Coimbra uma posteridade auspiciosa – uma hipótese de regeneração e desenvolvimento. Nos dias que correm, isso não é pouco.
(Ontem, 29/10, no Jornal de Notícias)

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