Ritmo circadiano
A noite é uma só. Una e vera, escura como o mais sombrio algar na entranha da terra.
Costumo acordar, constante e recidivamente, no longo périplo das horas nocturnais. Como explicar-to melhor? A vigília nocturna, para além da tristeza ressumada dos lençóis por aquecer, nada tem de extraordinário. E, no entanto, pensas que somos primatas diurnos e que à noite sonhamos com a caçada do dia seguinte ou com o coito alumiado pelas derradeiras brasas da fogueira tutelar do acampamento. Digo-te mais uma vez que acordo sempre na noite escura. E tu pensas que sou uma estulta figura, bafejada por pleonasmos e redundâncias, e nem recordas que nas latitudes setentrionais, nas hiperbóreas neves do círculo polar, existem noites que não são escuras mas tisnadas pelo sol no verão do ano. A noite é só isso, uma contradição diária em que eu velo quando deveria sonhar contigo.
Costumo acordar, constante e recidivamente, no longo périplo das horas nocturnais. Como explicar-to melhor? A vigília nocturna, para além da tristeza ressumada dos lençóis por aquecer, nada tem de extraordinário. E, no entanto, pensas que somos primatas diurnos e que à noite sonhamos com a caçada do dia seguinte ou com o coito alumiado pelas derradeiras brasas da fogueira tutelar do acampamento. Digo-te mais uma vez que acordo sempre na noite escura. E tu pensas que sou uma estulta figura, bafejada por pleonasmos e redundâncias, e nem recordas que nas latitudes setentrionais, nas hiperbóreas neves do círculo polar, existem noites que não são escuras mas tisnadas pelo sol no verão do ano. A noite é só isso, uma contradição diária em que eu velo quando deveria sonhar contigo.
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