A noite: Junho
A noite é a mesma, lá fora. No charco, do outro lado da linha-férrea, as rãs, as mesmas que lavaram os pés a Nosso Senhor e que auxiliaram Sir Paul Mcartney a ter um sucesso a solo, entretêm-se a cantar ao desafio, secundadas pelo chapinhar lépido de uma cegonha [aqui é o escriba a presumir] nas pausadas águas do arrozal. Um rouxinol, um pouco mais atrás, no silvado, ajusta a voz aflautada e conduz a orquestra inusitada ao triunfo. A plateia, eu, aplaude de pé a sublime sinfonia. A noite é a mesma, perfeita. Talvez falte uma espreguiçadeira na varanda.
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