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4.6.04

A casa

O Fernando contou esta história ao meu pai, que ma contou a mim, que a conto a vocês.

O Fernando nunca foi homem de letras ou números, a única coisa que aprendeu na escola foi que as mãos enrijam quando são solicitadas constantemente, à custa das palmatoadas que a Dona Maria Luísa, a professora, lhe dispensava com prodigalidade. Sabedoria proveitosa se pensarmos que a profissão que abraçou – pedreiro – é mester liberal em matérias de endurecer e calejar mãos. Pois contou o Fernando ao meu pai que se apaixonou por uma casa que construiu há uns anos, em localidade ignota [Casal Mioto], e que desde então lhe aparece, em sonhos, todas as noites que não bebe mais que a costumada conta. Diga-se, honrando a verdade, que não são muitas. Que uma pessoa se apaixone por uma casa já é estranho per se, mas que não denuncie razão válida para tal acometimento ainda mais estranho me parece. Questionado acerca dos fundamentos que o levaram a enamorar-se de uma casa, o Fernando respondia, invariante: -Aquela casa tinha trinta e duas janelas. De uma não se via a outra. Termino a história sem saber muito bem porque decidi contá-la, talvez para me convencer que o amor tem razões que a própria razão desconhece.