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8.10.03

O nascimento do homem ou um umbiguismo disfarçado - III

Em 1987, a publicação de uma análise filogenética baseada na sequenciação do DNA mitocondrial (mtDNA) humano foi uma das primeiras tentativas de empregar a genética molecular na investigação das origens do homem. No estudo original de Rebecca Cann e colegas foram examinados 150 variantes de mtDNA em diversas populações actuais. Os autores verificaram que as populações Africanas exibem uma maior variabilidade no mtDNa relativamente a outras populações não Africanas. Na base da árvore filogenética obtida encontrava-se uma mulher, “Eva”, de origem Africana, que viveu, segundo Cann et al., há cerca de 200 mil anos. A revelação desta “Eva” mitocondrial atordoou a comunidade científica, que cedo reagiu com um tropel de criticismo. As primeiras críticas centraram-se na escolha da amostra, salientando-se o facto da amostragem Africana ser constituída, na realidade, por Afro-Americanos. Porém, a crítica mais avassaladora prende-se com o reconhecimento que a árvore filogenética publicada não revelava o percurso evolutivo mais parcimonioso.

Estudos mais recentes insistem em alardear uma maior diversidade genética dos Africanos relativamente a Europeus e Asiáticos, corroborando, portanto, a hipótese monofilética de origem Africana recente através de um evento de especiação biológica. Alguns autores, como John Relethford, argumentam que a maior diversidade no mtDNA dos Africanos se deve ao facto do efectivo populacional Africano ter sido, ao longo do tempo, substancialmente maior que o das populações Euro-Asiáticos e, que desse modo, os dados do DNA mitocondrial não favorecem nem rejeitam nenhum dos dois grandes modelos explicativos da origem do homem moderno. Todavia, outros investigadores sugerem que o efectivo populacional dos primeiros humanos modernos era muito pequeno (circa 10 mil indivíduos), corroborando, desse modo, a Teoria de Origem Única.

A amplificação de uma porção de mtDNA retirada do úmero do Neandertal de Feldhofer (holótipo da espécie) resultou numa linhagem que difere da sequência de referência humana em 27 substituições. Os humanos actuais possuem, em média, 8 a 12 substituições divergentes. Mais recentemente a sequenciação do mtDNA do fóssil Neandertal de Mezmaiskaya (Rússia), mostra que este partilha com o indivíduo de Feldhofer uma sequência de DNA mitocondrial assaz similar. O número de sequências indica que os dois indivíduos pertenciam ao mesmo pool genético e sugere que não houve contribuição, por parte dos Neandertais, para o pool de genes mitocondriais das populações humanas modernas. A recente clonagem de sequências de mtDNA de restos Neandertais provenientes da gruta de Vindija (Croácia), conjugada com os dois estudos precedentes, mostra que os Neandertais exibiam uma diversidade no mtDNA comparável à que é observada nos Africanos modernos. Releva-se também o trabalho de Adcock et al. em fósseis Javaneses, que demonstra, segundo os autores, que o Homo erectus Asiático contribuiu com algum do seu DNA para o pool genético dos Australianos e Asiáticos hodiernos. Todavia, Rebecca Cann, por um lado, e Cooper, por outro, questionam a confiança estatística da árvore filogenética, baseada no mtDNA sequenciado, apresentada por Adcock e colegas.

As evidências genéticas relevantes para a compreensão das origens do homem moderno podem ser avezadas, também, através da extracção e sequenciação do DNA nuclear (nDNA) e do cromossoma Y. Releva-se que estes dois géneros de informação genética têm indiciado uma maior diversidade nas linhagens Africanas, espelhando um período de evolução mais longo neste grupo.

Em súmula, o aumento exponencial do volume de dados genéticos provindos de pesquisas focalizadas no mtDNA, nDNA e cromossoma Y, parece suportar uma origem Africana recente, embora esta assunção deva ser efectuada com um grau de cautela reiterado, já que muitos dos indícios genéticos são passíveis de interpretações conciliáveis com a Hipótese Multirregional e com a Teoria Out of Africa.

[Continua]