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29.9.03

Não há ausentes sem culpa, nem presentes sem desculpa

No Dicionário do Diabo, o poeta Pedro Mexia pondera e condena a ubiquidade mediática do ex-casapiano Pedro Namora, espécie de reincarnação infecunda de uma personagem de um qualquer Big Brother. Sinceramente, também não sinto estima especial pelo advogado, considero mesmo que a apropriação da Via Sacra casapiana por parte de Namora e do outro pequenito de óculos [não recordo o nome do homem, parece incrivel dada a sua recente e enorme intimidade com todos os portugueses. E não. Não vou procurar no Google. Não me apetece] é reveladora de uma falta de escrúpulos indignante. Say what? As crianças mentem, qualquer pai ou mãe [estas, quase sempre mais presentes] se apercebe que a lágrima de crocodilo é um dos primeiros logros aprendidos pelos catraios.
Finalmente, gostaria de abordar brevemente a entrevista de João Cravinho ao Público, num ponto que me parece crucial: a adstrição do PS, enquanto entidade política, a um caso que não deveria ser politizado. Parece-me [e isto é opinião meramente pessoal, não fundamentada] que a pedofilia é uma patologia que acomete os indíviduos independentemente da sua filiação religiosa, política, etnicidade, paixão clubística, etc. Desse modo, suponho que 1) se Paulo Pedroso é culpado, então a sua falta é pessoal e não partidária; 2) que outros indivíduos de outr@s partidos, credos, clubes de futebol, profissões andam também envolvidos com menores e regendo os destinos de uma rede aberrante e criminosa e que 3) se Paulo Pedroso é inocente, então o direito à suspeição e à conjecturação da falência das instituições políticas e judiciárias em Portugal é lí­dimo. A ver vamos como a trama se desenrola.

Absens heres non erit.