Passeio Público
{A linguagem do progresso}
Li a entrevista que Pedro Vaz Serra, o presidente do Clube de Empresários de Coimbra (CEC), concedeu recentemente ao “Diário de Coimbra” e, apesar da omnipresença de um glossário empresarial demasiado técnico para o meu parco entendimento, simpatizei com o tom geral das respostas – sobretudo porque Vaz Serra parece não ter sucumbido à fantasmagoria apocalíptica da crise que contamina indiscriminadamente a sociedade portuguesa.
Nesse sentido, o dirigente máximo do CEC aponta caminhos e sugere estratégias que sustentem o desenvolvimento da cidade de Coimbra e, lato sensu, de toda a região Centro. As ideias de Pedro Vaz Serra são geralmente boas, mas vagas e superficiais – talvez a paisagem limitada de uma entrevista não admita qualquer tipo de pensamento complexo ou, muito simplesmente, distante dos chavões do “economês”.
É extremamente fácil circunscrever as hipóteses de crescimento económico a noções vagas como “Investigação & Desenvolvimento”: um tema que se integra claramente no princípio da comunicação tecidual, que se repete e propaga de forma acrítica. A linguagem torna-se, necessariamente, pobre e redundante. As palavras de Vaz Serra convocam uma ideia de repetição, de continuidade estática, que subsume a realidade a uma gaveta fátua de poses e estados.
Mesmo assim, a insistência no dueto redentor “Investigação & Desenvolvimento” poderá servir para suprimir, mesmo que lenta e incompletamente, o crónico atraso português, relacionado com as fracas competências dos gestores e trabalhadores, do analfabeto funcional ao doutorado. Os protocolos celebrados com a Universidade e o Politécnico são boas iniciativas, que podem ajudar a preencher o espaço lacunar que medeia a academia do mundo do trabalho, mas são também, e infelizmente, apenas grãos de areia num deserto de indefinições e desorientação.
{Ontem, 07 de Maio, no Jornal de Notícias}
Li a entrevista que Pedro Vaz Serra, o presidente do Clube de Empresários de Coimbra (CEC), concedeu recentemente ao “Diário de Coimbra” e, apesar da omnipresença de um glossário empresarial demasiado técnico para o meu parco entendimento, simpatizei com o tom geral das respostas – sobretudo porque Vaz Serra parece não ter sucumbido à fantasmagoria apocalíptica da crise que contamina indiscriminadamente a sociedade portuguesa.
Nesse sentido, o dirigente máximo do CEC aponta caminhos e sugere estratégias que sustentem o desenvolvimento da cidade de Coimbra e, lato sensu, de toda a região Centro. As ideias de Pedro Vaz Serra são geralmente boas, mas vagas e superficiais – talvez a paisagem limitada de uma entrevista não admita qualquer tipo de pensamento complexo ou, muito simplesmente, distante dos chavões do “economês”.
É extremamente fácil circunscrever as hipóteses de crescimento económico a noções vagas como “Investigação & Desenvolvimento”: um tema que se integra claramente no princípio da comunicação tecidual, que se repete e propaga de forma acrítica. A linguagem torna-se, necessariamente, pobre e redundante. As palavras de Vaz Serra convocam uma ideia de repetição, de continuidade estática, que subsume a realidade a uma gaveta fátua de poses e estados.
Mesmo assim, a insistência no dueto redentor “Investigação & Desenvolvimento” poderá servir para suprimir, mesmo que lenta e incompletamente, o crónico atraso português, relacionado com as fracas competências dos gestores e trabalhadores, do analfabeto funcional ao doutorado. Os protocolos celebrados com a Universidade e o Politécnico são boas iniciativas, que podem ajudar a preencher o espaço lacunar que medeia a academia do mundo do trabalho, mas são também, e infelizmente, apenas grãos de areia num deserto de indefinições e desorientação.
{Ontem, 07 de Maio, no Jornal de Notícias}
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