Capriccio
(Giovani Antonio Canal [Canaletto], circa 1730, Grand canal near the Campo San Vito, Pinacoteca di Brera, Milan)
É impossível pensar em Canaletto e nesta perspectiva do Grande Canal. É natural que pense em Francesco Guardi e num dos seus capriccios venezianos - afinal é dele que fala a história que me chegou aos ouvidos por um mero acaso e devido à pouca distância entre as mesas do café.
Guardi (ou melhor, um homem pintado junto a um muro) olhou o seis rolado na poeira. Não sabia de onde vinha aquela luz mestiça, de sol entardecido, vidros e largas paredes. No entanto, aquele seis acamado enfim no solo de Veneza. A realidade crescida em pontos, crua, de quem empenhara o que não devia. Francesco Guardi (aquele outro homem pintado junto a um muro) prostrou-se, pegou nos dados, pediu que lhe cortassem a cabeça seis vezes.
Etiquetas: Giovanni Antonio Canal (Canaletto), pintura
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