Do Angelus de Millet
A dupla silhueta convoca, inevitavelmente, o fracasso e uma resignação consciente face ao mundo, face à ordem natural, pré-consumada, que amarra e submete cada biografia às disposições formulaicas dos deuses. Apesar disso, um rosto de superioridade não forçada, de orgulho ingénito, encima inexplicavelmente as figuras de prece.
A noite próxima, a fluência esbatida da luz (o devir final do tempo), falsifica a autoridade mística do momento. Revela a insolência de um deus sem homem, de um deus alheio a tudo que é do homem.
A noite próxima, a fluência esbatida da luz (o devir final do tempo), falsifica a autoridade mística do momento. Revela a insolência de um deus sem homem, de um deus alheio a tudo que é do homem.
Etiquetas: Jean-François Millet, pintura
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