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1.4.08

Weekly Review

Três sugestões. Livros, como não poderia deixar de ser. Um é este

de Augusto Monterroso, o autor mais portátil do mundo. Pequenas narrativas (género que comecei a apreciar devidamente por culpa deste senhor) de grande fulgor literário. A edição, magnífica, é da Angelus Novus. Eis um micro-conto exemplar (com dedicatória aos alunos e professores da Carolina Michäelis):

O Grilo professor
«Em tempos muito remotos, num dos mais quentes dias do Inverno, o Director da Escola entrou inesperadamente na sala onde o Grilo dava aos grilinhos a sua aula sobre a arte de cantar, precisamente no momento da exposição em que lhes explicava que a voz do Grilo era a melhor e a mais bela de todas a vozes, uma vez que se produzia mediante a adequada fricção das asas contras as costas, enquanto que os Pássaros cantavam tão mal porque se empenhavam em fazê-lo com a garganta, evidentemente o orgão do corpo humano menos indicado para emitir sons doces e harmoniosos. Ao ouvir aquilo, o Director, que era um Grilo muito sábio, assentiu várias vezes com a cabeça e retirou-se, satisfeito de que na Escola tudo continuasse como nos velhos tempos.»
(Augusto Monterroso, A ovelha negra e outras fábulas, pág. 67)

Um outro livro com chancela da Angelus Novus: «Diário de uma mulher católica a caminho da descrença», de Laura Ferreira dos Santos. A fluidez pungente da escrita, em registo diarístico, de uma mulher que luta contra a doença e a morte (um pontapé no estômago, mesmo para quem leu recentemente «As benevolentes» ou «Auschwitz»). Finalmente, o lançamento de mais um livro do poeta João Rasteiro: «O búzio de Istambul» (Edição da Palimage). É na próxima quinta-feira, às 18:00h, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra.

«E hoje, na Primavera em que todas as memórias morreram, enterrei o teu nome num canteiro de magnólias de cristal e olho-o de longe, para que a minha boca não se rasgue mais em suas arestas. E ele ferve. E colho flores e as minhas vestes ficarão perfumadas. Regresso quando a palavra se detém no sémen dos amieiros, enquanto construo a memória de que eles fazem parte, com a solidão nua e intacta das vozes que os protegem de mim.»
(João Rasteiro, O búzio de Istambul)

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