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21.6.07

Castelo proibido

Em Cidade Proibida, Eduardo Pitta pinta um retrato vívido e expressivo da homossexualidade no mundo cerrado e [apicalmente] preconceituoso da classe alta portuguesa. Numa linguagem terna e eivada de ironia, entremeada não poucas vezes de uma crueza pouco menos que licenciosa [mas em que o verbo foder, por exemplo, é usado de maneira tão normal e irrepreensível como na famigerada proposição inicial de Teatro de Sabath, de Phillip Roth: “Ou deixas de foder outras ou está tudo acabado”], Pitta sublima uma certa desesperança crescente das personagens, que culmina com o afastamento inopinado e absoluto de duas das figuras cardinais do romance, Rupert e Martim. O que era um retrato transfigura-se enfim numa natureza morta. Eduardo Pitta não se coíbe de dar um forte pontapé na barriga dos leitores, que por momentos deixam absolutamente de crer no amor, seja ele hetero ou homossexual. Nesse sentido, Cidade Proibida – que, por vezes, se torna refém de alguma normopatia e estereotipação da cena gay upper class: do computador Mac ao pólo Zegna, passando pelas leituras de Hawthorne – é verdadeiramente um romance de desencanto em relação ao amor. O que é estranho, tendo em conta o pouco que conheço da biografia do próprio autor. Pitta parece dar razão simultaneamente a Proust e a Sainte-Beuve. Uma derradeira nota. Li em simultaneidade [parcial] Cidade Proibida e The Castle in the Forest [Norman Mailer]. Em comum: a escrita elegante, o enredo cuidado. E, sobretudo, uma visão do mundo completamente apartada de maniqueísmos. Se lerem estes dois belos livros perceberão porquê.
[Eduardo Pitta. 2007. Cidade Proibida. Lx: Quidnovi]
[Norman Mailer. 2007. The Castle in the Forest. NY: Random House]

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