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9.5.07

Madeleine e o circo

Muito se tem falado sobre o desaparecimento da pequena Madeleine McCann. E como é normal nestes casos, pouco do que tem sido dito vale alguma coisa que se veja. Não tenho, obviamente, a pretensão de acrescentar algo transcendentalmente positivo e frutífero à ampla e estéril discussão que grassa por todos os aparelhos de TV deste país; não obstante, e apesar de estar farto do assunto, gostaria de fazer duas ou três breves considerações.

1. Agonia-me de morte a culpabilização dos pais de Madeleine que vem sendo feita de forma sistemática em quase todos os jornais e telejornais. É óbvio que os pais foram negligentes mas quem nunca o foi? A recorrência de culpabilização das vítimas [sim, porque os pais da pequena inglesa são vítimas] em concomitância com toda a panóplia argumentativa usada pelos guardiães da moral e das boas formas de actuação parental [os psicólogos e os seus truísmos] é própria de um país sem auto-estima, que olha o infortúnio do Outro [o estrangeiro frio, sem coração] apenas como forma catártica de exorcizar os seus próprios fantasmas.

2. A actuação da polícia, por outro lado, é substruída por uma espécie de subserviência milenar dos coitadinhos relativamente aos poderosos. Fosse Madeleine de Cabeceiras de Basto ou da Papua Nova Guiné que as autoridades policiais não seriam mobilizadas da forma como foram. Se nos tomam por palonços é porque parecemos palonços, não porque o somos realmente. Logo, senhores polícias que aparecem nas conferências de imprensa: abstenham-se de afirmar à tripa forra que noutros casos similares foram usados meios similares. Tretas.
3. O país está refém de um jornalismo rapace, necrófago. São centenas de horas de emissão nas televisões e milhares de páginas nos jornais que não mostram e não dizem absolutamente nada de relevante, que se movem em círculos em redor de um caso que, para todos os efeitos, ainda não existe para além do - facto vero - desaparecimento de uma criança. O objectivo único é incendiar e traumatizar, quebrar as parcas referências de sanidade que algumas pessoas teimosamente mantêm.

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