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30.4.07

Silhueta

Há quem sinta a noite pelas costas e não receie a solidão. Eu não sou desses. Quando chega o calor [e hoje não é um desses dias] digo sempre, baixinho, só para eu ouvir, que hei-de pegar no saco cama, levá-lo para o monte, e passar a noite com ele. Dislates de primavera, sem concretização prática. Amedrontam-me a trevas e os barulhos que por lá se agigantam, o não visto. O que se pode pressentir mas não cheirar ou ouvir ou ver. E por isso não se pode exactamente nomear. Será este ano, talvez. Quando passar o frio.

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